20/02/09 11h51

CPFL vê consumo industrial em recuperação neste ano

Valor Econômico - 20/02/2009

A CPFL Energia quer ser portadora de boas notícias para a economia neste momento de crise. O presidente da empresa, Wilson Ferreira Júnior, prevê um crescimento do Produto Interno Bruto de 2,6% neste ano e o consumo de energia superior a 3%. Suas previsões estão calcadas em uma série de gráficos que mostram que as grandes indústrias na área de concessão da CPFL estão retomando o consumo de energia e consequentemente a produção industrial. "O olho do furacão foi novembro e dezembro, com queda drástica do consumo das grandes indústrias", disse Ferreira. "Mas janeiro e fevereiro mostram que a economia está se aprumando". Caso se concretize o cenário traçado pela CPFL, a empresa terá um bom ano pela frente com receita crescendo em função do consumo e também em função dos reajustes tarifários que acontecem neste ano. Os bons dados de janeiro e fevereiro também desfazem a nuvem negra do último trimestre de 2008, quando a receita líquida da companhia caiu 4%, parte em função da crise, mas também pela influência de receitas não recorrentes registradas em 2007, que ampliaram a base de comparação. Em alguns setores acompanhados pela CPFL, mais do que se aprumando, a atividade está crescendo. Os gráficos, que deram a base de otimismo dos executivos da empresa, mostram o comportamento semanal dos consumidores livres desde julho até a segunda quinzena de fevereiro - sempre em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esses consumidores estão localizados na área de concessão da Paulista e da Piratininga. As grandes indústrias do setor de papel e celulose, por exemplo, aumentaram em 15% o consumo de energia na segunda quinzena de fevereiro deste ano. Outros setores importantes, que tradicionalmente são os primeiros a apontar uma recuperação da economia, como químico e de embalagens, também mostram vigor. O setor químico desde as primeiras semanas de janeiro vem registrando crescimento maior do que o apurado no ano passado. O de embalagens mostra uma recuperação em relação a novembro e dezembro e registra ainda consumo próximo ao registrado em 2008. O cenário otimista traçado pela CPFL ainda se calça na previsão da continuidade do crescimento do consumo residencial. No ano passado, as famílias consumiram 8% mais que em 2007 e a previsão é que continue crescendo neste ano, principalmente porque em março haverá um reajuste de 6,6% do salário mínimo.