Crédito a pequenas em rota de alta até 2012
DCI
Depois de seguidas baixas do crédito a pessoa jurídica neste ano, os financiamentos para pequena e média empresa (PME) entraram em uma rota ascendente que deve perdurar até 2012. A projeção é do diretor de Pequenas e Médias Empresas do Santander, Ede Viani. Para ele, o País entrou em um círculo virtuoso, que deve se prolongar por bastante tempo. "O terceiro e quarto trimestre de 2009 já mostraram uma retomada dos empréstimos às PME. A expectativa é que continue a rota ascendente em 2010, e se prolongue por 2011 e 2012."
O executivo diz que no primeiro semestre deste ano, período em que a crise financeira foi mais intensa, as empresas tiveram queda do faturamento, o que provocou uma queda da demanda por linhas de financiamento. Nesse período, conta, o trabalho maior da instituição foi de alongar as linhas já concedidas e ajudar os clientes a "arrumar a casa". "No segundo semestre, houve recuperação do faturamento e maior apetite por crédito." A carteira de pequenas e médias empresas da instituição responde por cerca de 25% do total de pessoa jurídica, com 500 mil clientes, com faturamento até R$ 30 milhões (US$ 17,4 milhões) anuais, e R$ 22 bilhões (US$ 12,8 bilhões) em carteira, uma expansão de 10% em relação a 2008.
Além disso, a perspectiva é de expansão também no crédito para investimento. Pesquisa de confiança do empresário de pequenos e médios negócios (IC-PMN) divulgada hoje pela instituição, em conjunto com o Insper, mostra uma maior disposição do setor para investir no primeiro trimestre de 2010, com uma expectativa superior à do período anterior à crise, 66,7 pontos contra 65,9 pontos no início de setembro do ano passado. "Já sentimos o aumento da demanda de crédito para investimentos nos últimos dois meses", diz Viani.
Para o professor e pesquisador do Insper José Luiz Rossi, esse crescimento da confiança indica que os investimentos devem continuar em alta. Para 2010, com a perspectiva de crescimento entre 5% e 6% do PIB, as expectativas são boas. "O segmento de pequenas e médias empresas anda junto com os indicadores macroeconômicos. Além disso, há outros fatores positivos, como o aumento da demanda externa", avalia. Apesar disso, a intenção de contratação de novos funcionários ainda é menor que a do período pré-crise, 60,8 contra 68,4 pontos. "Contratação é o último item a reagir. O empresário precisa ter confiança de que irá manter aquele empregado para voltar a contratar", analisa Rossi.