22/12/09 11h23

Crédito imobiliário bate recorde no ano

Valor Econômico

O crédito imobiliário chega ao fim do ano como a linha de financiamento de maior expansão no pós-crise. Mesmo com o impacto sofrido pelas incorporadoras, que adiaram lançamentos e aproveitaram o período para desovar seus estoques, o volume concedido no ano deve exibir crescimento da ordem de 10%. Para o próximo ano, a expansão pode atingir até 50%. As liberações em novembro atingiram R$ 3,635 bilhões (US$ 2,113 bilhões), volume 58% maior que no mesmo mês do ano passado e o melhor resultado já registrado no país.

Com o forte desempenho dos últimos meses, puxado pela volta dos lançamentos, o acumulado do ano entre janeiro e novembro chegou a R$ 30,187 bilhões (US$ 17,551 bilhões), superando o total liberado no ano passado com recursos das cadernetas. Em termos anuais, a expansão é de 10%. "Em dezembro o ritmo é bom e devemos fechar o ano com nível superior aos R$ 32 bilhões (US$ 18,6 bilhões) esperados", diz Luiz Antonio França, presidente reeleito da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário (Abecip).

O novo cenário de otimismo do setor levou a entidade a revisar para cima suas previsões. Diante do volume recorde dos últimos dois meses e do bom desempenho das construtoras, a Abecip acredita que as concessões para a construção de novas unidades e para a compra da casa própria possam chegar a R$ 50 bilhões (US$ 29,1 bilhões) em 2010, apenas com recursos da poupança, alta de quase 50% em relação ao patamar deste ano, diz França, também diretor do Itaú Unibanco. Além dos recursos da caderneta, o orçamento do FGTS prevê a liberação de R$ 23 bilhões (US$ 13,4 bilhões) para o setor no próximo ano, fora a verba do programa Minha Casa Minha Vida, que pretende financiar um milhão de moradias até o fim de 2010.

Isso deve elevar o estoque de linhas de crédito imobiliário para pessoas físicas dos atuais R$ 85 bilhões (US$ 49,4 bilhões) para cerca de R$ 135 bilhões (US$ 78,5 bilhões) no fim de 2010. Segundo França, a recuperação está sendo mais forte do que se esperava e, em 2010, os bancos que atuam no setor podem atingir marca histórica em novos empréstimos.

Se a expansão esperada se confirmar, a relação do crédito imobiliário em relação ao PIB deve pular de 2,9%, em outubro, para quase 4% no fim de 2010, mesmo com o forte crescimento econômico do país esperado para o próximo ano, na casa dos 5%. Neste ano o estoque de empréstimos para a compra da casa própria já foi uma dos que mais cresceu, atingindo expansão de 43% nos últimos doze meses até outubro.