11/09/08 10h20

Crédito para conteúdo digital sobra no BNDES

Valor Econômico - 11/09/2008

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem linhas com recursos de sobra para financiar a produção de conteúdos digitais - inclusive para novas mídias, como o telefone celular. A afirmação foi feita ontem por Margarida Baptista, assessora da presidência da instituição. O Procult - destinado a incentivar a elaboração de conteúdos audiovisuais - foi apontado pela assessora como exemplo disso. Criado em 2006 com orçamento de R$ 175 milhões (US$ 107,4 milhões), o programa teve apenas R$ 40 milhões (US$ 24,5 milhões) utilizados até agora. "Estão faltando projetos. E, em muitos casos, as empresas não têm apresentado propostas adequadas", afirmou Margarida ontem a jornalistas, após participar de seminário sobre telefonia móvel realizado pela Momento Editorial. A executiva também fez um mea-culpa, ao dizer que o regulamento atual não deixa explícito quem pode acessar o Procult. "Até hoje, ele foi mais utilizado na produção de cinema e televisão. Mas está disponível também para outras plataformas, como conteúdos para o celular", disse a assessora. De acordo com ela, essa informação ficará mais clara após a renovação do programa, prevista para o fim deste ano. Em relação ao Programa para o Desenvolvimento da Indústria de Software e Serviços de Tecnologia da Informação (Prosoft), Margarida afirmou que foram aprovados, até agora, R$ 443 milhões (US$ 271,8 milhões) do total de R$ 1 bilhão (US$ 613,5 milhões) reservado para essa linha. Boa parte do dinheiro liberado refere-se ao apoio dado pelo banco à fusão entre Totvs e Datasul. A assessora afirmou que uma possibilidade é o BNDES aproveitar o relacionamento que já tem com as operadoras de telefonia para que elas ajudem a divulgar, a seus fornecedores de conteúdo, a existência dessas linhas de crédito.