21/06/07 15h44

Cresce capacidade de expansão da economia, diz Ipea

Folha de S. Paulo - 21/06/2007

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revisou ontem para cima sua projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2007 -de 4,2% para 4,3%. Disse ainda que o crescimento potencial da economia no futuro aumentou, o que afasta o risco inflacionário e permite a continuidade do processo de queda dos juros. Fabio Giambiagi, economista do Ipea, afirmou que o país cresceu a uma taxa média de 4% de 2004 a 2006, "almejada há muito tempo". Está agora, diz, aproximando-se mais dos 4,5%. Pela primeira vez, o Ipea divulgou a previsão para o PIB de 2008: 4,4%. Para Giambiagi, a nova metodologia de cálculo do PIB do IBGE não mostrou apenas que a economia cresceu mais -de 2,9% para 3,7% em 2006- mas também que a produtividade aumentou, elevando o potencial futuro de crescimento. Com isso, caiu o risco de que o aumento da produção bata no teto da capacidade das empresas e se traduza em aumento de preços. No segundo trimestre, o Ipea já vê a economia crescendo de modo mais acelerado em parte graças a uma base de comparação mais fraca em igual período de 2006. Estima uma alta de 5,5%, ante a expansão verificada de 4,3% nos três primeiros meses do ano. Para Giambiagi, o investimento será o grande destaque do PIB neste ano. Crescerá, segundo a previsão, 9% em 2007 e em 2008. O consumo privado (famílias e empresas), prevê o Ipea, também terá bom desempenho -alta de 5,7%. O Ipea reduziu, porém, sua projeção para o crescimento da indústria no PIB -de 4,8% para 4,3%. Giambiagi disse que o câmbio afeta alguns setores que substituíram fornecedores locais por estrangeiros por causa dos preços mais atraentes de importados. No caso da perda de ritmo das exportações, ele acredita, porém, que o setor intensificará seu processo de "adaptação competitiva" para não perder mercado.