17/10/12 09h55

Cresce fatia da Baixada Santista nas compras da estatal

Valor Econômico

Em um ano, as empresas da Baixada Santista ampliaram em 0,6 ponto percentual a participação nas vendas de bens à Petrobras para a Bacia de Santos e Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão. Apesar de parecer tímido, o número representa um avanço significativo, afirma o gerente-geral da Petrobras em Santos, José Luiz Marcusso.
 
"Nos últimos 12 meses finalizados há um ano [a participação] era de menos de 5% do total de R$ 200 milhões. Agora, é de 5,6% de R$ 238 milhões, o que mostra um crescimento", disse Marcusso, na abertura da 6ª edição da Santos Offshore Oil & Gas, o principal encontro de negócios da Bacia de Santos, que ocorre em Santos (SP).
 
Na área de serviços, o desempenho percentual das empresas da região foi menor, mas sobre uma base muito maior. A Petrobras comprou cerca de R$ 1,5 bilhão no último ano, sendo 3,5% de fornecedores da região. A Baixada Santista reúne nove cidades.
 
As principais dificuldades que a Petrobras lista para comprar de empresas da região são: atendimento aos prazos, qualidade, custo e responsabilidade social. "Requisitos que faz a qualquer empresa", disse Marcusso.
 
A expectativa da Petrobras, uma das 20 empresas-âncora da Santos Offshore, é atender 560 empresas potenciais fornecedoras no evento. Pelo menos 360 já estavam inscritas e novos agendamentos devem ocorrer durante a feira que vai até sexta-feira.
 
"Estamos diante da bacia mais promissora do país, com mais reservas comprovadas. O grande desafio é fazer com que a indústria brasileira e especificamente a paulista participem efetivamente desses grandes investimentos", afirmou o superintendente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Alfredo Renault. Segundo levantamento da Onip, serão investidos US$ 400 bilhões nos próximos dez anos só nas atividades offshore do país, sendo a Petrobras responsável por 80% disso.
 
A produção diária de óleo em toda a Bacia de Santos é de 140 mil barris e de 10 milhões de metros cúbicos de gás. A estimativa é que a bacia forneça 2,1 milhões de barris/dia até 2020, quando responderá pelo equivalente à metade do previsto a ser produzido pelo país no período. Hoje, contribui com 5% a 6%, segundo Marcusso.
 
O executivo informou também que a estatal está reavaliando o plano logístico para atendimento à Bacia de Santos. Ele negou, contudo, que a empresa tenha recuado da decisão de ter duas bases logísticas nos portos de Santos (SP) e de Itaguaí (RJ) para alimentar as plataformas. Em 2011, Marcusso estimou, em entrevista ao Valor, que a unidade no porto de Santos estaria operacional em 2015. "Não recuamos, mas a Petrobras tem vários estudos em andamento."
 
A unidade logística no porto de Santos vem sendo negociada nos últimos anos em terreno pertencente à Aeronáutica, na margem esquerda (Guarujá) do porto. Pelo acordo, a Petrobras utilizaria 600 mil m2 do terreno da Base Aérea para operação como aeroporto, porto e armazenamento.