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Crise acelera mercado de marcas próprias

Valor Econômico - 04/05/2009

A crise acelera o desenvolvimento dos produtos de marca própria. A expectativa é que as vendas desses artigos, que até o ano passado representavam 7% do faturamento de supermercados, farmácias e outros tipos de loja, cheguem a 9% neste ano. Na prática, o consumidor escolherá mais marcas próprias e a variedade de produtos também será maior. Com isso, o faturamento do setor, que em 2008 foi de cerca de R$ 170 bilhões (US$ 92.9 bilhões), poderá alcançar R$ 197 bilhões (US$ 89,5 bilhões) até dezembro, segundo a Abmapro (Associação Brasileira de Marcas Próprias).

No Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, 3% do faturamento era proveniente de marcas próprias no final do ano passado. "Nossa meta é chegar a dezembro com 6%", diz o presidente Claudio Galeazzi. "Ainda é pouco. No Casino, na França, esse percentual é de 30%", afirma. Na rede Dia%, do Carrefour, com 330 lojas no Estado de São Paulo, o total de itens vai passar de 700 para 800 este ano. Atualmente, 83 produtos estão em desenvolvimento. Outra evidência da expansão do setor será a 25ª Feira Internacional de Negócios em Supermercados da Associação Paulista de Supermercados, de 18 a 21 deste mês, em São Paulo, que pela primeira vez terá uma área especial só para fabricantes de marcas próprias.

O setor já vem crescendo há alguns anos. O número de produtos de marcas próprias no varejo cresceu 31% entre agosto de 2007 e julho de 2008, segunda a Nielsen. Esse impulso vem, por um lado, do desejo do consumidor de economizar. Com medo de um possível desemprego e temendo dias mais sisudos na economia, o brasileiro não deixou de comprar. Mas dá preferência para produtos mais baratos, segundo estudo recente da Nielsen. Na outra ponta do negócio, o desabastecimento que bateu à porta dos supermercados no começo do ano também explica a guinada do setor.