30/03/09 09h40

Crise obriga Embraer a diversificar atuação

Valor Econômico - 30/03/2009

Graças ao vigor das vendas no período que antecedeu a crise mundial, a Embraer ainda tem condições de enfrentar de maneira equilibrada as turbulências que, segundo prevê o presidente da companhia, Frederico Curado, devem se estender até 2010. Mesmo assim, a fabricante de aeronaves brasileira tem pela frente o desafio de reduzir a excessiva dependência da venda de jatos comerciais para os Estados Unidos. Para isso, a empresa precisa mudar o foco dos negócios. Uma das alternativas é incrementar a atividade de serviços e gestão de peças. Em 2008, essa área representou 9% da receita. Mas a companhia planeja aumentar as vendas desse segmento. Em 2008, os serviços aeronáuticos renderam à Embraer um faturamento em torno de US$ 600 milhões. O objetivo é ampliar a receita para US$ 800 milhões ainda este ano. Os serviços abrangem de reparos de componentes e gestão de peças a equipamentos para treinamento.

Outra área que desponta como uma oportunidade de negócios é a de defesa e governo. A participação ainda é pequena. De uma receita total de US$ 5,5 bilhões prevista para este ano, essa atividade deverá ter participação de US$ 600 milhões. Curado lembra que a importância da área de defesa e governo cresce num momento como o atual. Nesse mercado, a companhia brasileira tem ampliado a sua participação no exterior, com vendas para as forças aéreas da Índia, Tailândia e Equador. No Brasil, serão entregues para o governo federal este ano dois jatos 190, que substituirão antigos modelos 737 da Boeing. Existe, ainda, a expectativa de demanda para o novo cargueiro militar, o KC-390, que está em fase de desenvolvimento. Nesse caso, as perspectivas de negócios envolvem a Força Aérea Brasileira e também outros países.