30/01/09 11h00

Cristália prepara entrada no setor de biotecnologia

Valor Econômico - 30/01/2009

O laboratório Cristália está próximo de iniciar a construção de uma fábrica para a produção de dois medicamentos similares que poderão ser, caso o projeto seja bem-sucedido, sua estréia no segmento de biotecnologia. Com recursos próprios, o laboratório nacional já aplicou R$ 20 milhões (US$ 8.7 milhões) no projeto e pretende investir outros R$ 25 milhões (US$ 10.9 milhões) para conseguir produzir até 2012 o hormônio de crescimento humano e o interferon, usado no tratamento de doenças virais. A planta de biotecnologia, cujo projeto industrial será desenvolvido pela empresa de arquitetura Paal, do Rio de Janeiro, terá 1,2 mil m². Nem o hormônio de crescimento humano tampouco o interferon - medicamentos sem proteção de patente - são produzidos no Brasil, que depende do suprimento externo. Calcula-se que os dois medicamentos representem cerca de R$ 120 milhões (US$ 52.2 milhões) dos gastos públicos. A Cristália, que importa o hormônio da Coréia do Sul, prevê conquistar metade do mercado brasileiro quando estiver produzindo os dois tratamentos localmente.  Para alcançar sua meta, a Cristália já construiu um centro de 1,7 mil m² para pesquisa e desenvolvimento de remédios biológicos em Itapira (SP), onde ficam suas principais instalações industriais. O centro emprega 18 pesquisadores, entre mestres e doutores. Ao lado, a empresa prevê erguer até o fim do ano sua unidade industrial dedicada a produção dos dois medicamentos.  Além dos dois projetos em estágios mais avançados, a Cristália tem outros 10 projetos em andamento em biotecnologia - que estão ligados às áreas de imunoduladores, ortobiológicos, anticorpos monoclonais e fatores sanguíneos - programas que também possuem acordos com universidades, como Unesp e Universidade de São Paulo (USP). Fora do segmento de biotecnologia, a Cristália também prevê inaugurar em setembro sua nova fábricas que triplicará sua capacidade de produção de medicamentos em comprimidos e semi-sólidos, entre outros, fruto de um investimento de R$ 120 milhões (US$ 52.2 milhões) realizado nos últimos anos.