15/12/10 11h38

De olho na nuvem, UOL compra Diveo

Valor Econômico

Em mais um lance no movimentado mercado de centros de dados no Brasil, o UOL anunciou ontem a compra da Diveo, empresa especializada na oferta de serviços relacionados a centros de dados e telecomunicações para outras companhias. Na avaliação de analistas consultados, o negócio representa um passo positivo para a companhia. "Com essa aquisição, o UOL não pode mais ser considerado apenas um provedor de acesso à internet, pois outros serviços, como hospedagem, computação em nuvem e publicidade on-line, já representam quase 70% do faturamento", disse um analista que preferiu não ter seu nome divulgado.

Com a Diveo, sobe para nove o número de empresas adquiridas pelo UOL em três anos, com o objetivo de reforçar sua estratégia no segmento de centros de dados. Atualmente, a empresa atende 300 mil clientes nessa área. Entre os serviços oferecidos estão hospedagem e construção de sites, estrutura de loja virtual, meios de pagamento, e-mail marketing e gerenciamento de servidores. Uma das grandes apostas do setor é a computação em nuvem. Por essa modalidade de serviço, os sistemas e as informações dos clientes são acessados pela internet, sem a necessidade de instalar programas no computador do usuário. Os centros de dados são fundamentais nesse processo porque representam uma espécie de cofre forte no qual os dados ficam protegidos, com alta segurança.

Em abril, o UOL inaugurou um novo centro de dados em São Paulo. A unidade foi projetada para consolidar as sete unidades da companhia instaladas na capital e em Barueri, na região metropolitana de São Paulo. A Diveo é uma empresa sediada nos Estados Unidos, com negócios no Brasil e na Colômbia. A companhia mantém um centro de dados em cada um desses países. Neste ano, um investimento de R$ 40 milhões (US$ 23,5 milhões) foi anunciado para ampliar o centro no Brasil.

Várias empresas anunciaram, este ano, investimentos na construção de centros de dados no Brasil, de olho na oferta de serviços por meio da computação em nuvem. O modelo está se tornando cada vez mais atraente para as empresas porque reduz custos, tanto para quem contrata, quanto para quem oferece os serviços. A alemã T-Systems, por exemplo, investiu R$ 50 milhões (US$ 29,4 milhões) na construção de um centro de dados em Barueri, com área de 600 metros quadrados. Também em Barueri, a brasileira Alog anunciou um investimento de R$ 30 milhões (US$ 17,7 milhões) para montar sua terceira estrutura no país. Para os próximos cinco anos, a previsão da companhia é de aplicar um volume adicional de R$ 30 milhões (US$ 17,7 milhões).

Já a Locaweb, que investiu R$ 49 milhões (US$ 28,8 milhões) na montagem de um novo centro de dados em São Paulo, planeja aplicar mais R$ 111 milhões (US$ 65,3 milhões) para ampliar suas atividades nos próximos sete anos. Em setembro, a companhia recebeu um aporte do fundo americano Silver Lake Sumeru.