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De olho no mercado local, Wyse planeja montar máquinas no Brasil

Valor Econômico - 11/09/2008

O crescimento da virtualização e dos sistemas de computação sobre internet (cloud computing) no Brasil tem sido tal que gigantes do setor começam a se mexer para aproveitar melhor as oportunidades no país - que ainda pode servir de plataforma para a América Latina. A americana Wyse Technologies, por exemplo, é uma das companhias que estão preparando terreno para uma investida de maior peso, com a construção de uma fábrica no país. A empresa é líder mundial no setor de "thin clients", uma espécie de "PC virtual", que funciona como terminal de acesso a servidores de um data center que, eles sim, armazenam dados e rodam os programas que o usuário vai utilizar. "Na verdade, foi a Wyse a primeira a patentear o sistema de thin clients", explica o presidente e executivo-chefe da empresa, Tarkan Maner. Segundo dados da consultoria IDC, hoje a empresa domina 42% do mercado mundial de thin clients. A companhia é praticamente uma ilustre desconhecida, e fornece sistemas - tanto de hardware como de software - para outras gigantes de tecnologia, como IBM, Dell, Microsoft, Citrix e Hewlett-Packard. Com esta última, a Wyse tem cerca de 70% do mercado mundial de thin clients, também segundo o IDC. No momento, a empresa está em processo de preparação para sua oferta inicial de ações nos Estados Unidos e, portanto, não divulga dados financeiros. A Wyse passou a vender seus pacotes de thin clients, que envolve também várias opções de softwares para virtualização, há três anos. De lá para cá, o crescimento tem sido exponencial, e a Wyse, segundo o diretor de Vendas para a América Latina, Steve Sandler, já tem mais de 1000 clientes no país e uma base instalada de cerca de 50 mil thin clients. Na carteira da companhia, os principais clientes no país são companhias do setor financeiro como bancos e seguradoras, governos, e usinas de cana-de-açúcar. Hoje utilizando os serviços da chinesa Inventec para a produção de seus equipamentos, a Wyse planeja que a planta brasileira seja construída em parceria com essa fornecedora. A fábrica brasileira, embora ainda em estudo, deverá ser mais do que apenas uma unidade de montagem de equipamentos, explica o executivo. Segundo ele, haverá "algo mais" sendo feito no local. Na área de software, uma das mais importantes hoje para a companhia, o Brasil poderá ter um papel diferenciado, embora não relacionado ao desenvolvimento propriamente dito.