Deca amplia aposta na classe C e no uso racional da água
Valor Econômico - 23/03/2009
O que começou como uma estratégia para ganhar mercado acabou revelando-se uma saída para enfrentar a crise. A Deca, empresa do grupo Duratex que atua no mercado de louças e metais, já vinha apostando na ampliação do portfólio para a classe C e em produtos que valorizam o uso racional da água - linhas que, em tempos de contenção de custos, ganharam relevância. Ao contrário da imensa maioria das empresas, a Deca optou por não criar uma marca diferente para os produtos populares. A oferta de linhas que se enquadram no segmento competitivo cresceu entre 20% e 25% nos últimos dois anos. Hoje, os produtos para as classes C e D já representam cerca de 50% das vendas.
Atenta aos avanços do mercado de construção para a baixa renda - e do potencial aumento do volume de vendas desse tipo de imóvel em função do novo pacote habitacional do governo -, a Deca está desenvolvendo um novo produto para as construtoras de baixa renda. A empresa pretende lançar, ainda no primeiro semestre, uma pia econômica com sistema de montagem e instalação mais baratos - que permitem economia de escala. O objetivo é vender diretamente para empresas como MRV e Tenda. A venda direta para construtoras, no entanto, representa apenas 10% do volume total. O grande mercado é o varejo, que abastece o segmento de reformas e auto-construção, além das construtoras de pequeno e médio porte.
Outra estratégia da Deca está no desenvolvimento de tecnologia para produtos que permitam o uso racional da água - que aproveitam não apenas a questão ecológica, mas principalmente a necessidade premente de redução de custos neste momento. Além das linhas de produtos, como torneiras eletrônicas e vasos sanitários com descarga de menor vazão de água, a Deca passou a investir na prestação de serviços. Uma equipe de profissionais se debruça em cálculos e vai até os clientes mostrar a economia de custos que pode ser conseguida em locais com banheiros públicos, como shoppings, escolas e aeroportos. E, com isso, claro, estimular a renovação dos produtos.