07/02/12 12h24

Década será promissora para negócios

Brasil Econômico

Para economistas, Brasil terá invasão de produtos importados dos Estados Unidos e da Europa, que verá euro despencar

Na contramão das agruras vividas por Estados Unidos e região do euro, o Brasil se junta aos emergentes como as áreas promissoras de negócios na próxima década. “Crise é uma grande oportunidade e a bonança está do nosso lado”, disse ontem o economista e presidente da Ricam Consultoria, Ricardo Amorim, durante palestra na primeira edição da confraria de economia, organizada pelo Experience Club em São Paulo.

Ao elencar problemas já velhos conhecidos do empresariado nacional, como gargalos de infraestrutura, alta carga tributária, burocracia, entre outros elementos que formam o escopo do alto custo Brasil, Amorim emendou: “Sem resolver absolutamente nada dessas questões, o Brasil registrou crescimento médio de 4,9% nos últimos oito anos. Ou seja, apesar de tudo, o Brasil está condenado a crescer”, disse.

E não é apenas o fluxo de capitais que continuará firme na direção do país — Amorim estima que a tendência do dólar é desvalorizar, com muita volatilidade nos movimentos—mas também a recepção de negócios nas mais diversas áreas. Na estimativa do economista, hoje em torno de três quartos do crescimento de lucros no mundo vêm dos países emergentes.

Para Amorim, o histórico de país com enorme quantidade de mão de obra e poucas vagas no mercado de trabalho continuará a mostrar uma outra face, agora de um lugar que convive com apagão de mão de obra em algumas áreas. “Mais do que nunca, o RH de uma empresa e a sua capacidade de retenção de talentos se tornou área estratégica no Brasil”.

Do ponto de vista da crise europeia, o economista vê a zona do euro com uma década perdida à frente e que, por aqui, o impacto virá pela escassez de crédito. “O Brasil também verá uma invasão de produtos importados tanto dos Estados Unidos como da Europa porque a moeda deles vai despencar”, diz.