02/02/16 13h31

Dell investe em armazenagem de dados

Valor Econômico

A Dell vai iniciar em abril a produção local de duas linhas de produtos para armazenamento de dados. A produção será feita na fábrica da companhia em Hortolândia (SP), onde já são feitos os computadores e os servidores da marca. Com a manufatura local, a Dell pretende reduzir os preços por conta dos incentivos fiscais oferecidos pelo governo no Processo Produtivo Básico (PPB) e também acelerar em um terço a entrega dos produtos aos clientes.

O início da fabricação no Brasil acontece às vésperas da finalização da compra da EMC, um dos principais nomes no mercado de equipamentos de armazenamento de dados. A operação anunciada em outubro é a maior da história do mercado de tecnologia: US$ 67 bilhões. A previsão é que o negócio seja concluído em outubro. Desde 2008 a EMC vem investindo na produção no Brasil e tem seis produtos feitos pela Foxconn no interior de São Paulo. A companhia estima que quase 90% da demanda local seja atendida por esses produtos.

Além da EMC, HP, IBM e Hitachi Data Systems (HDS) fabricam equipamentos de armazenamento de dados no Brasil. A estimativa é que o mercado local movimente em torno de US$ 500 milhões por ano.

De acordo com Alan Atkinson, vice-presidente da área de armazenamento da Dell, a decisão de fabricar no Brasil foi tomada muito antes do acordo com a EMC e não há sobreposição entre as duas ofertas. "Não sentimos necessidade de adiar os planos por conta disso", disse ao Valor. O executivo destacou que ainda não há uma definição sobre como ficarão as linhas de produtos das duas companhias após a conclusão do negócio.

Na avaliação de Atkinson, mesmo em um momento de economia ruim, com desaceleração nas compras de tecnologia por parte das empresas - previsão de aumento de 2,6% neste, contra 5% no ano passado, segundo a empresa de pesquisa IDC - ainda há demanda para produtos de armazenamento de dados. "Não há opção, é preciso colocar as informações em algum lugar", disse. De acordo com ele, o objetivo é atender à demanda de empresas médias e de grande porte.

Há dois anos a Dell saiu da bolsa de valores e se tornou uma empresa privada em uma operação de US$ 25 bilhões. Para Atkinson, como não tem que prestar contas a investidores e analistas, a Dell pode ser mais agressiva que os concorrentes, especialmente em momentos de incerteza com o enfrentado pelo Brasil atualmente. "Fazer investimento em um momento como agora tem a vantagem de ser mais barato", disse.