25/11/09 11h21

Delphi planeja ampliar a nacionalização de peças

Valor Econômico

Ter saído recentemente de um longo período de concordata nos Estados Unidos não é a única boa notícia que a Delphi reservou aos fornecedores no Brasil. A empresa, uma das maiores fabricantes de autopeças no país, pretende elevar o índice de nacionalização dos componentes que produz aqui. Trata-se de uma determinação do chefe mundial de compras da companhia, Sidney Johnson. E é ele mesmo quem irá anunciar o plano a um grupo dos principais fornecedores da empresa, hoje, em São Paulo.

A meta, segundo Johnson, é aumentar o índice de conteúdo local em 5% ao ano. Hoje, a Delphi compra no mercado local 70% dos itens necessários à variada gama de componentes automotivos que produz na América do Sul, o que em 2009 somará algo em torno de US$ 600 milhões. A maior parte das compras e da produção é feita no Brasil. São 11 fábricas em território brasileiro e uma na Argentina, num total de 11 mil funcionários.

Johnson assumiu a área há quase quatro anos, pouco depois de a empresa ter entrado com pedido de recuperação judicial com base no Capítulo 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos. Perseguir a nacionalização tem sido uma de suas prioridades desde então, conta o executivo. Com a casa em ordem, agora, na América do Norte, chegou a vez de lançar o projeto também aqui. O diretor de compras da Delphi na América do Sul, Edelcio Genaro, diz que o conteúdo local maior facilita o abastecimento quando a demanda do mercado cresce subitamente, como ocorreu na virada deste ano. A Delphi não é a única. Recentemente a Bosch, outra gigante do setor, também reuniu fabricantes de peças para tentar nacionalizar itens que hoje compra no exterior.

A Delphi tem 550 fornecedores na América do Sul, a maior parte no Brasil. É a metade do que tinha há cinco anos. Como a ideia é manter a base de fornecimento concentrada, elevar o volume de compras locais significa colocar mais dinheiro nessa mesma base, segundo Johnson.O executivo diz que a América do Sul é uma região bastante atrativa, apesar de não ser de custos mais baixos, como Índia e China. Segundo Johnson, o desenvolvimento tecnológico e a boa formação das equipes de engenharia no Brasil "têm seu preço". Ele lembra que a região continuou crescendo durante os quatro anos em que a empresa esteve na concordata.