06/03/09 11h01

Demanda de medicamento no varejo continua crescendo acima de 10%

Valor Econômico - 06/03/2009

O varejo farmacêutico continua ignorando a crise. As grandes redes de farmácias registraram no primeiro bimestre faturamento acima dos dois dígitos. Mas a indústria já começa a falar em aumentos de custos, o que poderá afetar os descontos hoje oferecidos ao consumidor. A Pague Menos, maior rede de farmácias do país, com 300 lojas, das quais 200 no Nordeste, teve um faturamento 13% maior em janeiro e fevereiro, se forem levadas em consideração as vendas nas mesmas lojas existentes em igual período do ano passado. Se for incluída as novas lojas, o crescimento é de 20%. Os planos de expansão da rede, que faturou R$ 1,5 bilhão (US$ 820 milhões) em 2008, foram mantidos para este ano. A Pague Menos abriu quatro lojas em janeiro, duas em fevereiro e prevê outras oito unidades entre março e abril. Os dados de fevereiro do IMS Health, empresa que audita as vendas ao varejo, ainda não foram divulgados, mas os números de janeiro apresentavam crescimento de 11,2% no acumulado dos 12 meses anteriores. Pelo mesmo critério, as vendas físicas foram 6,7% maiores.  Os fabricante de genéricos também não veem crise. "Não há sinais de queda na demanda", diz o presidente da Pró-Genéricos, Odnir Finotti, que diz que o volume de vendas das cópias dos medicamentos de marca cresceu 18% em janeiro, acima da média do mercado. A entidade tem dito que a crise tem contribuído para o segmento, uma vez que tem notado uma migração de consumidores dos medicamentos de marca para os genéricos, mais baratos. Os especialistas costumam dizer que o setor farmacêutico é um dos últimos a ser afetado pela crise, uma vez que o abandono do tratamento com remédios só ocorre quando outros itens do orçamento doméstico - exceto alimentos - já tenham sido cortados.