05/11/20 13h55

Desenvolve SP desembolsou R$ 35,3 milhões em recursos para a região de Rio Preto

Instituição financeira Desenvolve SP desembolsou R$ 35,3 milhões em recursos para a região de Rio Preto entre janeiro e setembro deste ano, valor 71,4% superior ao de igual período do ano passado

Diário da Região

Se o capital de giro já é um assunto delicado para boa parte das empresas em situações comuns, numa pandemia então, nem se fala. Prova disso é que os desembolsos da Desenvolve SP, instituição financeira do governo de São Paulo, somaram R$ 13,7 milhões à região de Rio Preto neste ano como medida de assistência às empresas durante a crise financeira. O volume corresponde a um aumento de 397% em comparação ao mesmo período no ano passado, quando foram liberados R$ 2,7 milhões para tal finalidade.

De modo geral, entre janeiro e setembro de 2020, a Desenvolve SP desembolsou R$ 35,3 milhões em recursos para a região. A pandemia teve um impacto tão forte sobre a operação das empresas que foram apenas R$ 9,5 milhões para projetos públicos e R$ 25,7 milhões para a iniciativa privada. O valor engloba crédito para capital de giro, projetos de investimento e aquisição de máquinas e equipamentos para empresas e financiamento de investimentos em infraestrutura para prefeituras e órgãos da administração pública da região.

Em 2020, a instituição aumentou em 71,47% a destinação de recursos para Rio Preto em comparação com o ano anterior, em que foram desembolsados, no total, R$ 20,5 milhões. Deste valor, R$ 6,3 milhões foram investidos no setor público e R$ 14,2 milhões na iniciativa privada.

Segundo Nelson de Souza, presidente da Desenvolve SP, o aumento no volume de dinheiro emprestado neste ano tem relação com a falta de liquidez das empresas e com o esforço da instituição em prestar socorro a elas. "Ainda nos primeiros dias da pandemia identificamos que este seria o problema e quais setores seriam mais afetados. Imediatamente, ajustamos nossa política de crédito e lançamos diferentes linhas emergenciais", disse.

Em número de operações, foram 112, dos quais 13 contratos firmados com o setor público e 99 liberações de recursos para o setor privado: 75 para operações de capital de giro. O resultado representa um aumento de cerca de 80% em relação ao número de operações efetuadas no mesmo período no ano passado. Foram 62 operações: 19 para o setor público e 43 para o setor privado, com 29 liberações para capital de giro.

De modo geral, a demanda por crédito aumentou 2.161% nos dois primeiros meses da pandemia em relação aos dois anteriores. Em três meses, as solicitações superaram a soma de 11 anos de operações. As linhas mais procuradas foram as destinadas à obtenção de capital de giro, principalmente as dedicadas aos setores mais afetados pela crise sanitária com a paralisação das atividades: comércio, turismo e cultura e economia criativa.

Como explica Souza, com os recursos do capital de giro foi possível a manutenção de empregos; já por meio das linhas de financiamento de projetos e aquisição, as empresas podem financiar obras e compra de equipamentos para adaptação às condições impostas pelo novo cenário neste momento de retomada da economia.

"Fazendo uma analogia, o crédito para capital de giro foi o respirador, o auxílio emergencial das empresas. A adaptação da política de crédito do Desenvolve SP para socorrer micros, pequenas e médias empresas durante a pandemia salvou muitos empregos, garantiu o pagamento de despesas básicas e fornecedores e impediu o fechamento de empresas", disse.

Linhas

Empresários interessados em buscar crédito na Desenvolve SP têm à sua disposição três linhas de crédito: para capital de giro, projetos de investimento e compra de máquinas e equipamentos, com juros reduzidos de 0,41% ao mês ( Selic), prazo estendido de até 120 meses, com até 36 de carência e garantia por meio do fundo garantidor e aval dos sócios.

Em setembro, a instituição firmou uma parceria com o Ministério do Turismo para a destinação de mais R$ 400 milhões pelas linhas de crédito Fundo Geral do Turismo (Fungetur) a micro, pequenas e médias empresas ligadas direta ou indiretamente ao setor turístico, um dos mais afetados pela pandemia. As linhas atendem agências de turismo, meios de hospedagem, parques temáticos, casas de espetáculo, organizadores de eventos, restaurantes, cafeterias e bares, entre outros.

As solicitações são realizadas diretamente no site do Desenvolve SP (www.desenvolvesp.com.br), em processo totalmente online, simples e desburocratizado. "Atendendo aos critérios mínimos, o usuário realiza o cadastro, solicita o financiamento, encaminha os documentos necessários e acompanha todo o andamento pelo próprio site. Não há necessidade de abertura de nova conta bancária nem de intermediários", afirma Souza.

Dinheiro para inovar no setor

O empresário Luciano Henrique Tazinafo, sócio da Só Lentes Laboratório Óptico, empresa que presta serviço para óticas de Rio Preto, diz que não parou um dia sequer durante a pandemia, mas viu a produtividade cair 90% nas primeiras semanas. Felizmente, logo depois houve a possibilidade de abertura da empresa, que foi enquadrada como setor essencial. Aos poucos, o trabalho foi retornando e hoje a demanda está em 80% do que havia antes da paralisação.

Criada em 2103 e com 16 funcionários, a empresa aproveitou o período da pandemia para buscar crédito para investir em inovação. O crédito de R$ 900 mil, que está sendo pago em 54 parcelas, foi quase todo usado para comprar um novo equipamento. "Nossas máquinas de produção já estavam com sete anos de uso e defasadas tecnologicamente. Adquirimos uma máquina com alto padrão tecnológico, que possibilitou dobrar nossa produtividade", afirmou.

Segundo Tazinafo, a compra da máquina possibilitou um serviço mais competitivo. "Passamos a ter mais liberdade em tempo e concentrar forças e estratégias para temos o produto vendável no estoque. Não adianta eu ter uma máquina extremamente rápida e não ter a matéria-prima para entregar os óculos mais rápido e com qualidade para ótica", disse.

fonte: https://www.diariodaregiao.com.br/economia/2020/11/1211866-desenvolve-sp-desembolsou-r--35-3-milhoes-em-recursos-para-a-regiao-de-rio-preto.html