03/12/10 11h26

Dia System e CNP são adquiridas pelo grupo Linx

Valor Econômico

O mesmo movimento de consolidação e fusões que vem marcando o varejo brasileiro também se aplica às empresas que desenvolvem tecnologias para o setor. Depois de investir cerca de R$ 100 milhões (US$ 58,8 milhões) em aquisições nos últimos dois anos, o Grupo Linx volta ao balcão e anuncia a compra da Dia System e CNP, empresas de software de gestão para concessionárias de veículos. As duas operações serão incorporadas à Linx Sistemas, braço de software de gestão do grupo especializado no varejo e que conta ainda com as divisões de logística, telecom e a recém-lançada unidade de prevenção de perdas.

Com as aquisições, a holding passa a contar com aproximadamente 1,2 mil colaboradores, 5 mil clientes e uma base instalada de sistemas em mais de 52 mil pontos de venda, entre supermercados, farmácias, lojas de vestuário e calçados, entre outros segmentos varejistas. Alberto Menache, diretor-presidente do grupo Linx, afirma que o mercado de software para concessionárias movimenta hoje R$ 100 milhões (US$ 58,8 milhões) no país.

Diretor de pesquisa e desenvolvimento do grupo Linx, Nércio Fernandes destaca que os portfólios da CNP e da Dia System são complementares, o que adiciona vantagem para a Linx. Segundo afirma, isso facilita a integração dos vários sistemas nas concessionárias, que "cada vez mais trabalham com diferentes bandeiras". Fernandes acrescenta que as novas aquisições seguem a estratégia de diferenciação do grupo Linx, visando o crescimento não apenas da divisão de software. "Pensamos sempre nas possibilidades de vendas cruzadas envolvendo outras divisões do grupo, e nesse caso não é diferente."

Com as novas operações, o grupo passa a ter 25% do mercado de software para concessionárias

Nesse contexto, Alberto Menache acredita que as novas operações irão contribuir para que a empresa alcance o faturamento de R$ 200 milhões (US$ 117,7 milhões) previsto para 2011, com 75% das receitas sendo geradas pela Linx Sistemas. No ano passado, o grupo faturou R$ 90 milhões (US$ 53 milhões) e deve encerrar 2010 com R$ 130 milhões (US$ 76,5 milhões), antecipa Menache.

O diretor diz entender que a expansão da empresa nos últimos anos pode antecipar para 2012 a oferta pública inicial de ações (IPO) na Bovespa, prevista para acontecer, a princípio, até 2014. De acordo com Menache, outros planos do grupo Linx em longo prazo são possíveis aquisições de empresas no exterior, com foco estratégico nos mercados emergentes. O diretor diz que esse é um passo ambicioso, mas que só deve acontecer após a oferta de ações. A despeito das intenções, Menache reforça que há espaço para crescer no mercado interno, na medida em que os varejistas cada vez mais buscam profissionalizar e inovar na gestão do setor.