12/02/10 10h39

Diageo encolhe no mundo, mas tem melhor ano no Brasil

Valor Econômico

Embalada pela recuperação das vendas do uísque Johnnie Walker e da vodca Smirnoff -seus dois principais produtos no país - a Diageo fechou o último semestre de 2009 com faturamento líquido no Brasil crescendo na casa dos dois dígitos. "Ficamos acima de 10%, que foi o resultado para toda América Latina", diz Alexandre Louro, presidente da Diageo Brasil, subsidiária da maior destilaria do mundo, que ontem divulgou seus resultados globais do segundo semestre de 2009. Mesmo sem revelar valores, o executivo garante: "Esse foi o ano em que a Diageo mais conquistou mercado nas últimas três décadas."

Mesmo com a crise e o aumento da carga tributária sobre destilados no início de 2009, as vendas, segundo Louro, conseguiram recuperar-se a partir do segundo trimestre e se desenvolveram bem na última metade do ano. "Em vodca, estamos crescendo e já recuperamos os valores e o volume de antes da crise."

Uísque e vodca são os principais produtos de vendas da empresa. No segmento de uísque "standard" (ou oito anos), a empresa alcançou 63,5% de participação em volume vendido. Há um ano, essa fatia era de 50,8%. Em vodca, o percentual foi o maior já atingido pela empresa, chegando a 48,3% em volume e 50,8% em valor, em dezembro. Já as vendas das bebidas Smirnoff Ice cresceram 15% no semestre.

"Já somos o terceiro maior mercado mundial para vodca dentro da empresa", afirma Louro. Há um ano, o Brasil estava no quinto lugar. Houve, segundo ele, evolução do mercado nacional da bebida, que cresceu cerca de 3% em volume, mas também diminuição das vendas na Europa e nos Estados Unidos. Além da recuperação da economia, Louro atribui o bom resultado da empresa aos esforços de marketing da Diageo. A recuperação na última metade do ano foi tão boa que a Diageo fez até uma aquisição. Comprou em dezembro a marca de saquê Daiti, que pertencia à brasileira Sakura. A companhia iniciou no mês passado as vendas da vodca holandesa Ketel One e também trará o rum Zacapa. Para promover as novas bebidas e o atual portfólio, o investimento em marketing do ano será 30% maior.