27/08/13 15h53

Distribuição e boca a boca são as estratégias da Jundiá Sorvetes

Brasil Econômico

O terceiro maior fabricante do produto no país é uma empresa familiar, tocada pela segunda geração. Com foco nas classes B e C, a empresa investe na ampliação do parque fabril, em franquias e em novos sabores para crescer 

Em um mercado com mais de oito mil empresas disputando o consumidor palito a palito, pote a pote de sorvete, a Jundiá, fabricante com sede em Jundiaí, São Paulo, se prepara para ampliar sua presença no país. A nova planta, na mesma cidade, terá 10 mil metros quadrados de área construída, e unificará as duas fábricas existentes. Há estudos ainda para uma nova unidade no Nordeste, região que está no radar da empresa. Apesar da alta do dólar, que pode derreter as projeções para o setor, a companhia prevê ainda assim crescimento de 10% no faturamento. Em 2012, os resultados chegaram a R$ 108 milhões.

Os produtos da Jundiá estão no Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Paraná e a principal propaganda, além dos preços que a empresa afirma ser 20% menores do que os dos principais concorrentes, vem do boca a boca. Também não deixa de ser um bom marketing o fato deles ocuparem a terceira colocação entre os maiores fabricantes do país, atrás de Kibon e Nestlé, segundo a revista Supermercado Moderno. Mas, segundo fontes ligadas ao setor, o título tem outros postulantes. No caso, a Creme Mel, fabricante de Goiás, e a Zecas Sorvetes, de Pernambuco. Disputas à parte, a Jundiá completou 36 anos com a segunda geração da família à frente do negócio e a meta de conquistar uma produção de 150 mil litros por dia, até o final do ano.

“Identificamos um aumento na demanda e a necessidade de investir em mercados como o Rio de Janeiro. Hoje, são mais de 25 mil pontos de venda, em importantes regiões do Brasil. Nossa expectativa é dobrar em quatro anos, passando para 50 mil pontos”, afirma Cesar Bergamini, presidente da Jundiá Sorvetes. O Rio responde hoje por 10% do faturamento da empresa e ameta é chegar a 18% em mais um ano. Isso, com a distribuição em mais pontos de venda. Para ele, o fato de a fabricante não investir especificamente em uma marca, mas na variedade de produtos — mais de 80 sabores— faz todo o sentido em um mercado em que o consumo ainda está em expansão e com um novo perfil de consumidor.

“Trabalhamos com todos os processos de qualidade. Mas ainda não há como fazer produtos sofisticados. Nosso consumidor está nas classes C e B, somos encontrados em supermercados, lanchonetes, padarias, lojas de conveniência. Essa capilaridade e a recomendação feita pelo próprio consumidor são a melhor propaganda”, defende ele. Cesar Bergamini diz que outra conquista do mercado é o aumento do consumo no inverno. “Melhorou muito. As vendas na estação caíam 80%, era necessário parar a produção. Hoje, a queda é de 50%.Mas ainda há muito caminho a percorrer”, diz ele, que divide a gestão da empresa com o irmão Sérgio Bergamini. O pai, Valdomiro Bergamini, segue no conselho de administração.

A venda dos sorvetes da Jundiá não se restringe aos mercados onde atua por meio de distribuição. O franchising é um outro braço de negócios, administrado pela SMZTO, holding de franquias que atua em diferentes segmentos. “Chegamos a montar algumas sorveterias, mas percebemos que era necessário uma padronização e processos profissionais. Foi quando surgiu nosso parceiro nessa área de franquias e os resultados começaram a aparecer. Temos 70 lojas em todo o país, em cidades com menos de 100mil habitantes. Nossa meta agora é chegar a 100 unidades franqueadas”, completa.