03/01/11 14h26

Dridco prepara chegada ao Brasil

Valor Econômico

O ambiente é típico das "pontocom": muitos funcionários com menos de 35 anos, nenhuma gravata, comidinhas e refrigerantes em quase todas as mesas. Mas ninguém perde a seriedade na Dridco, a maior empresa de classificados on-line da Argentina, principalmente quando o assunto é sua chegada ao Brasil. Com planos de investir US$ 32,5 milhões em 2011 - valor 30% superior ao de todo o faturamento previsto para o período -, a companhia transformou o mercado brasileiro na aposta prioritária para expandir seus negócios no horizonte de três a quatro anos.

A previsão é de que o início das operações virtuais ocorrerá ainda no primeiro semestre. As páginas já estão registradas. Em fevereiro, a Dridco pretende montar um escritório comercial com cerca de 30 pessoas em São Paulo. Mas a expectativa é dar um salto no fim do ano, com a intensificação das campanhas de marketing, a maioria delas concentradas no próprio mundo on-line. Imóveis, empregos e veículos são - nessa ordem - as prioridades da empresa no mercado brasileiro, que deverá receber de 15% a 20% dos investimentos.

"Seria um desperdício não apostarmos no Brasil. Se não, daqui a dez anos, vamos estar dizendo uns aos outros como fomos otários", brinca Guido Grinbaum, o bem-humorado sócio-fundador e presidente da companhia. Além da Argentina, que hoje representa 75% do faturamento anual, a Dridco atua também no Chile, na Colômbia, no México e na Venezuela. Nesses países, já possui escritórios comerciais. Há também operações virtuais - bem mais reduzidas - no Equador, na Costa Rica, no Panamá e no Peru.

São cinco sites diferentes mantidos pela Dridco: DeMotores (compra e venda de automóveis, motos e embarcações), ZonaJobs (portal de ofertas de empregos), ZonaProp (aluguel e venda de imóveis), ZonaCitas (relacionamentos) e NexoLocal (classificados gratuitos que servem, sobretudo, como divulgação para os demais serviços). No Brasil, a intenção é dirigir o foco inicial ao segmento imobiliário. "É a área mais desatendida no mercado brasileiro. Em seguida, vamos entrar no ramo de empregos, mas com um modelo inverso ao da Catho, cobrando das empresas anunciantes, não dos candidatos às vagas. A parte de veículos está bem atendida, mas achamos que há espaço para mais um", afirma Grinbaum.

Nas estimativas da Dridco, o mercado de classificados on-line no Brasil vai aumentar dos atuais US$ 125 milhões para US$ 740 milhões em 2014, representando 48% do total movimentado na América Latina. "Não precisamos ser líderes no Brasil, necessariamente. Se arrancarmos uma parcela disso, já estaremos bastante satisfeitos", pondera. Na Argentina, a Dridco tem entre 40% e 60% dos classificados on-line, dependendo do segmento.