12/05/11 11h52

DuPont amplia investimentos em defensivos para canaviais

Valor Econômico

Quinta maior indústria no mercado brasileiro de defensivos, a DuPont se prepara para deflagrar um plano para ganhar posições e retomar a liderança nas vendas em segmentos onde já ocupou o topo do ranking. Com uma fatia de 5,8% das vendas totais do país em 2010, o grupo pretende ganhar espaço na venda de produtos para o setor sucroalcooleiro, que no ano passado foi o terceiro maior mercado para defensivos no Brasil.

Em 2010, a DuPont fechou o ano no Brasil com faturamento de US$ 440 milhões no mercado de defensivos agrícolas. Desse total, US$ 70 milhões foram provenientes do segmento sucroalcooleiro. "Cerca de 50% das nossas vendas ainda são feitas para o mercado de soja. Acreditamos, no entanto, que o segmento sucroalcooleiro tem potencial para ganhar espaço internamente e, sozinho, gerar receitas de US$ 120 milhões em até cinco anos", afirma Marcelo Okamura, diretor de marketing da DuPont.

Para avançar no mercado sucroalcooleiro, a DuPont passará a comercializar ainda neste ano um novo herbicida. A meta é já no primeiro ano gerar um aumento nas vendas entre 10% e 15%. O produto começou a ser desenvolvido no Brasil em 2004 e obteve o registro no governo federal no fim do ano passado. Segundo Okamura, o novo herbicida é um complexo de três diferentes princípios ativos, formulados dentro de uma tecnologia desenvolvida pela própria DuPont. Uma das matérias-primas é fabricada no Brasil e será enviada para os Estados Unidos, onde receberá os outros dois ativos até chegar à formulação final para ser exportada novamente ao Brasil.

Okamura afirma que o novo herbicida é usado no período de seca, logo após a colheita, mas só é "ativado" quando as chuvas têm início e a competição com as ervas daninhas aumenta. Além disso, ele tem a vantagem de conseguir controlar tanto plantas de folha largas como de folhas estreitas e a ideia é que usinas e produtores realizem uma única aplicação para o controle, sem a necessidade de repasses, já que hoje são necessárias pelo menos duas aplicações para um controle efetivo.

A empresa não revela qual foi o investimento para desenvolver o novo produto. Estimativas do mercado, no entanto, dão conta que, em média, são necessários pelo menos US$ 200 milhões para se chegar a um novo produto. "Globalmente a DuPont investe em pesquisa cerca de US$ 1,4 bilhão, dos quais US$ 700 milhões são direcionados ao segmento agrícola. Especificamente para defensivos são aplicados US$ 200 milhões todos os anos para se criar novos produtos e formulações", afirma Okamura.

A escolha pela cana não é por acaso. A expectativa é que a área cultivada tenha uma expansão média anual de 5,5% e consequentemente o uso de defensivos para o segmento. No ano passado, o segmento sucroalcooleiro teve uma participação de 9,6% dos US$ 7,303 bilhões de vendas, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag). O produto que mais movimenta recursos no país é a soja (44,1%), seguido pelo algodão (10,6%), ficando a cana em terceiro lugar.