15/12/10 11h39

Eaton Hydraulics amplia operação no Brasil por pré-sal e construção

Valor Econômico

A divisão de hidráulica da Eaton, uma das maiores produtoras independentes de autopeças do mundo, vai iniciar em 2011 um novo ciclo de investimentos no país, de olho nos negócios que devem ser gerados a partir da exploração do petróleo do pré-sal e da necessidade de aportes em infraestrutura, tendo em vista a realização da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos no Brasil em 2014 e 2016, respectivamente. A meta para os próximos cinco anos é dobrar o tamanho da operação, por meio da expansão das fábricas no país. A Eaton Hydraulics produz, em 56 unidades instaladas ao redor do mundo, motores, válvulas, mangueiras e cilindros, entre outros.

De acordo com o presidente da Eaton Hydraulics para as Américas, José Vicente, são US$ 10 milhões para adaptação dos produtos ao mercado interno e expansão da capacidade produtiva das duas unidades fabris brasileiras, ambas no Estado de São Paulo. Os planos para os próximos anos foram apresentados aos cerca de 50 distribuidores da companhia, em evento realizado entre segunda-feira e ontem em Campinas (SP).

"Em 2010, a receita no país deve crescer 70%. Para continuarmos crescendo, é preciso investir", afirmou Vicente, que assumiu o comando da operação para o continente americano em julho. Mundialmente, o faturamento da Eaton Hydraulics superou os US$ 2 bilhões no ano passado e 60% do montante foi gerado nas Américas. Conforme o executivo, a fatia da América do Sul dos negócios ainda não é significativa. Contudo, destacou, o crescimento é notável, especialmente na área agrícola - no país, a empresa ocupa posição de destaque na entrega de componentes e motores para máquinas colheitadeiras.

No médio prazo, explicou Vicente, com o avanço dos negócios nas áreas industrial, petrolífera e de infraestrutura, os contratos no segmento agrícola devem perder peso na composição da receita da Eaton Hydraulics. O plano de expansão que será executado nos próximos três a cinco anos reflete a importância desses setores da economia. Um dos produtos que devem ser adaptados já no próximo ano, explicou Vicente, é um cilindro hidráulico usado na indústria do petróleo, ainda indisponível no mercado doméstico.

Na avaliação de Vicente, a maior concorrência no mercado doméstico - afinal, outros grupos multinacionais apostaram suas fichas no potencial da economia brasileira - não impõe obstáculos à execução do plano de investimento. Conforme Vicente, tanto a fábrica de Guarulhos quanto a de Guarantiguetá têm área disponível para a instalação de novas linhas de produção e estão aptas a futuros aportes.