29/02/12 14h18

Economia aquecida faz Brasil virar polo de novas empresas

Brasil Econômico

O número de companhias iniciantes aumentou em média 7,2% por ano entre 2006 e 2010, deixando o país à frente de China e Índia, que fazem parte do bloco de nações emergentes

Queridinho dos investidores estrangeiros, o Brasil vem se consolidando como um dos mercados mais promissores para o surgimento de novos negócio. O número de empresas iniciantes no mercado brasileiro aumentou, em média, 7,2% por ano entre 2006 e 2010, ficando à frente de China e Índia, países que integram o Brics, bloco de economias emergentes, junto com o Brasil, Rússia e África do Sul.

Dentro do bloco, o Brasil só perde para a Rússia, que com 25,6% de crescimento anual, é o país que lidera o ranking. Os dados são de uma pesquisa global preparada com dados de 19 países pela consultoria UHY. Economia em alta, crescimento da renda e consumo e altos investimentos em projetos que incluem exploração do pré-sal, Copa e Olimpíadas são os fatores que impulsionam o movimento. “O Brasil tem se aproveitado do bom momento das commodities, o que tem atraído para o país empresas dos setores de petróleo, agrícola e até mesmo de alta tecnologia”, afirma Diego Moreira,diretor da UHY.

Outro aspecto que tem jogado a favor é a redução das taxas de juros. Ela barateia o custo do dinheiro, ampliando o interesse de fundos que investem em negócios promissores em busca de maior retorno financeiro. “Antes era praticamente impossível conseguir recursos para transformar uma ideia em projeto e depois em uma empresa. Os bancos pediam tantas garantias para emprestar que tornavam o negócio inviável”, afirma Paulo Vicente, professor da Fundação Dom Cabral.

Linhas de crédito
Mesmo com o ambiente favorável ao surgimento de novas empresas, o montante investido nelas por fundos especializados ainda é modesto. Segundo estimativas da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap), que reúne os gestores que destinamrecursos às empresas demenor porte, apenas10%do volume total desse mercado, que soma cerca deR$ 30 bilhões, são aplicados em companhias iniciantes, estima o vice- presidente da entidade Clóvis Meurer. “Esse mercado ainda está se desenvolvendo no Brasil. Fundos de pensão e pessoas físicas ainda preferem investir em bolsa pela segurança nas aplicações”, explica, lembrando que no Brasil o principal investidor em inovação é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Criado pelo banco de fomento em 2007 com patrimônio de R$ 100 milhões para aplicar em empresas inovadoras, o fundo Criatec já adquiriu mais de 30 companhias.