23/01/08 11h49

EDS luta para trazer serviços

Gazeta Mercantil - 23/01/2008

Célio Bozola assume a presidência da EDS Brasil num contexto de grande complexidade. A forte apreciação do real frente ao dólar representa pressão contra a competitividade de custos da mão-de-obra brasileira em relação a outros países que podem ser destinos de terceirização de serviços. Além disso, o momento é de tensão frente aos cenários da economia internacional e de que forma vão reagir os principais clientes, localizados nos Estados Unidos. Num momento como esse, o mercado se realinha, com fusões e aquisições, e devem sobrar serviços de integração de sistemas, com a necessidade de reorganização da infra-estrutura de software e a criação de aplicações, acrescenta o vice-presidente e gerente geral para a América Latina, Eduardo Araujo. Em específico, o posicionamento da EDS como uma desenvolvedora de aplicativos customizados consiste no grande movimento estratégico, processo encaminhado e para o qual Bozola dedicará grande parte de seu esforço. Nascida há 45 anos como a área de serviços de tecnologia da GM, a companhia especializou-se em terceirizar o gerenciamento do parque de TI dos clientes e há cerca de cinco anos se volta à terceirização de software (outsourcing). A EDS emprega 38 mil pessoas e pretende atingir 45 mil ao fim do ano, na Índia. Mas a América Latina tem o segundo maior contigente de outsourcing internacional, principalmente para atingir clientes americanos e de países de língua espanhola. A empresa está na metade do caminho de seu plano estratégico montado no segundo semestre de 2006, que prevê dobrar o faturamento na América Latina, região para a qual as operações brasileiras contribuem com 55% ou 60% da receita. Por sua vez, a América Latina responde por cerca de 7% dos negócios globais, o que corresponderia a US$ 1,5 bilhão do total de US$ 21,268 bilhões em 2006. Ao fim do 3º trimestre, a EDS previu para o ano fiscal 2007, cujos resultados serão anunciados em fevereiro, crescimento para US$ 22 bilhões e US$ 22,5 bilhões. A EDS inaugurou em outubro seu maior centro do mundo, em São Bernardo dos Campos (SP), no qual foram investidos US$ 20 milhões, e que abriga 5 mil dos 10 mil funcionários. "Reduzimos de 11 edifícios para 3", afirmou.