04/11/10 14h12

Efeito Dilma anima a Wurth a investir no País

O Estado de São Paulo

Nesta segunda-feira, o executivo César Alberto Ferreira, presidente da Wurth do Brasil, recebeu um e-mail de Reinhold Wurth, fundador e controlador do conglomerado alemão que fabrica produtos químicos, ferramentas manuais e peças de fixação, como parafusos, arruelas, entre outros, e faturou mundialmente 7,5 bilhões em 2009. Na mensagem, Wurth elogiou a eleição da candidata do PT, Dilma Rousseff, para a presidência da República, deu os parabéns a Ferreira e se disse confiante no momento econômico vivido pelo Brasil.

Depois da comemoração, no entanto, o empresário lançou um desafio: a operação brasileira deve mais do que dobrar seu faturamento, atingindo R$ 1 bilhão (US$ 588,2 milhões) até 2013. "Temos todas as condições de atingir essa meta", diz Ferreira. "E já estamos acostumados a metas desse tipo." Prova disso, lembra ele, é que a subsidiária saiu de uma receita de R$ 40 milhões (US$ 23,5 milhões), há sete anos, para os R$ 450 milhões (US$ 264,7 milhões) previstos para 2010. Lançado o desafio, a matriz da Wurth também tratou de aplainar o caminho para superá-lo. Segundo Ferreira, já estão à sua disposição R$ 300 milhões (US$ 176,5 milhões), confirmados ontem, para bancar os investimentos necessários. Eles passam, em grande medida, pela aquisição de duas empresas, uma no setor químico e outra no de ferramentas ou peças. No primeiro caso, as negociações estão mais avançadas. "Até o final deste ano ou começo do outro, poderemos anunciar o fechamento do acordo", diz.

Outro ponto do plano de expansão da Wurth é o aumento da capacidade de sua fábrica de componentes automotivos, como lubrificantes e aditivos, localizada em Ponta Grossa, no interior do Paraná, onde também são produzidos, por meio de contratos de terceirização, itens para marcas como a Bosch, 3M e Henkel. A esse investimento se somará a automação e duplicação da capacidade de seu centro de distribuição (CD), localizado em Cotia, na Grande São Paulo, totalizando recursos da ordem de R$ 25 milhões (US$ 14,7 milhões) até 2011. "Nossa capacidade de armazenagem já se esgotou", diz Ferreira. "Recentemente, tivemos de alugar tendas para suprir a falta de espaço construído."

O aumento da capacidade instalada, complementado pela ampliação das importações da matriz e das subsidiárias do grupo, espalhadas por 84 países, será acompanhado pelo reforço do quadro de pessoal, atualmente em torno de 2500 funcionários. A área que mais deverá crescer é a de vendas, que representa 60% do total de empregados e deverá triplicar de tamanho. Dos 1,5 mil vendedores atuais, sua equipe deverá passar a 4500 em três anos.