08/03/10 10h58

Em busca do tempo perdido, IHG quer dobrar de tamanho

Valor Econômico

A Intercontinental Hotels Group (IHG), maior rede hoteleira do mundo em oferta de apartamentos, quer dobrar de tamanho nos próximos 10 anos na América Latina, onde tem atualmente 73 empreendimentos, dos quais 13 no Brasil. Ao todo, a empresa administra 4,3 mil hotéis, ou 630 mil quartos, em 100 países. Para aumentar sua presença no mercado latino-americano, a IHG, de origem britânica, planeja alavancar com fundos de investimento e de pensão, mais incorporadoras, entre outros investidores, R$ 1,2 bilhão (US$ 667 milhões).

Deste total, a IHG vai reservar R$ 750 milhões (US$ 417 milhões) para o Brasil, onde pretende administrar mais 50 hotéis até 2020, sendo a maioria da bandeira Holiday Inn, que tem uma versão Express, com preços mais econômicos. "Não é necessariamente o foco da companhia oferecer hotel econômico, mas acessível, aquele que compense o que o cliente está pagando e que não comprometa a experiência de se hospedar. Pagar mais barato não significa que não há valor agregado", afirma o executivo-chefe de Desenvolvimento da IHG para as Américas, James F. Anhut, mais conhecido como Jim, em sua primeira visita ao Brasil.

De acordo com o executivo, os planos de expansão no mercado brasileiro também incluem a abertura de hotéis da bandeira de luxo Intercontinental, em capitais, além da possibilidade de lançar no país a marca Indigo, que atua num segmento conhecido como butique, que visa oferecer "luxo a preços acessíveis". Seus quartos são decorados com quadros de artistas conhecidos e áreas públicas com aromas e música, por exemplo. "O Brasil é um país bastante estável, com uma economia em crescimento que não passou por uma crise tão forte como em outros países. A Copa (do Mundo de Futebol em 2014) e a Olimpíada (em 2016) fazem do Brasil um lugar para se olhar com mais cuidado", afirma Anhut.

Em 2009, a IHG, no Brasil, teve crescimento de 1,5% no índice conhecido como receita por apartamento disponível (RevPar), que é a multiplicação da diária média pela ocupação de um hotel. Para 2010, a rede estima que o crescimento possa alcançar 10%. A diária média dos hotéis brasileiros teve expansão de 4,5% em comparação com 2008.

O desempenho financeiro global da IHG, porém, não acompanhou a performance da operação brasileira. Conforme o seu balanço preliminar de 2009, a receita da rede britânica foi de US$ 1,53 bilhão, o que representou uma queda de 19% em relação ao resultado do ano anterior. O lucro operacional, por sua vez, recuou 34%, caindo de US$ 549 milhões para US$ 363 milhões no mesmo período de comparação. E a dívida líquida do grupo caiu de US$ 1,2 bilhão para US$ 1 bilhão.