02/07/08 14h31

Em crise existencial, público A busca novidade em loja de bairro

Valor Econômico - 02/07/2008

Os consumidores da classe média-alta se sentem relegados a segundo plano pelo varejo. Com renda média mensal familiar entre R$ 6,6 mil (US$ 4,13 mil) e R$ 12 mil (US$ 7,5 mil), eles não estão nem na classe "AA", dos milionários, nem na vigorosa classe C, que cresceu de tamanho nos últimos anos com o aumento da distribuição de renda. Na visão deste público - que representa 4% da população brasileira, mas que responde por quase um quarto (23%) da renda total do país -, o varejo só dá atenção para as classes que estão logo abaixo dele, a B e a C, e não os valoriza com produtos exclusivos, nem com serviços de qualidade. As conclusões fazem parte da pesquisa feita em maio pela TNS InterScience com 200 pessoas das classes A1 e A2, de 25 a 55 anos, de ambos os sexos, moradoras da capital paulista. Segundo o levantamento, 52% dos entrevistados preferem comprar em shopping centers, enquanto apenas 7% dão prioridade às lojas de rua. "Mas percebemos nas entrevistas qualitativas que este público considera os shoppings de maneira geral lugares muito pasteurizados, que não proporcionam uma experiência relevante de compra e que acabam atraindo diferentes tipos de freqüentadores para o mesmo espaço", diz a diretora da InterScience, Elizabeth Salmeirão. Nesse sentido, ganham pontos as lojas de rua, próximas ao trabalho ou à residência, que apresentam novidades a um preço acessível, ou seja, a um custo menor que o das grifes. Os shoppings vencem as lojas de rua quando se trata de comprar roupas (88% das respostas) e eletrônicos (82%). Mas as lojas de rua são competitivas nas compras de alimentação (46%), de lazer (46%) e de artigos para o lar (39%). Entre os entrevistados, 64% utilizam a internet para fazer compras. O percentual sobre para 95% quando se trata de pesquisar produtos na rede mundial. "Seja qual for o local, o atendimento prestado na loja é muito importante: essa classe quer um vendedor superqualificado, capaz de conceder uma atenção especial, sem ser invasivo ou subserviente", afirma a diretora da InterScience. No pacote também são valorizados serviços como manobrista, cafezinho, ajustes e aviso sobre promoções.