12/02/10 10h32

Em shopping, demanda por espaço pressiona oferta

Valor Econômico

O setor de shopping centers passa por um momento peculiar. O ano de 2010, que promete ser de forte consumo, dá sinais de que pode estar se formando uma escassez de espaço disponível nos centros comerciais, sobretudo nas grandes cidades. Com os sinais de que a crise havia ficado mesmo para trás, a partir do quarto trimestre de 2009, as empresas de shoppings retomaram a todo vapor a construção de novos empreendimentos, mas a expectativa é de que eles não fiquem prontos a tempo, ainda neste ano. Grandes companhias do setor, como Iguatemi e Multiplan, vão inaugurar projetos mais ambiciosos apenas em 2011 e 2012.

A rapidez com que o consumo se recuperou no quarto trimestre do ano passado surpreendeu os varejistas, que aceleraram seus planos de expansão. Mas a avaliação é de que o adiamento das obras ao longo do primeiro semestre de 2009 deve provocar agora, em 2010, uma lacuna na oferta de novos shoppings, principalmente nos primeiros seis ou sete meses do ano.

Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) e obtidos com exclusividade pelo Valor, as vendas dos lojistas instalados nos empreendimentos filiados à entidade atingiram R$ 71 bilhões (US$ 36 bilhões) em 2009, o que representou um crescimento nominal de 9,9% sobre 2008, quando os shoppings movimentaram R$ 64,6 bilhões (US$ 35,3 bilhões). A expansão ficou acima das expectativas da entidade, que projetava 8% de crescimento nas vendas. E o ano de 2010 deve ser ainda melhor. A Abrasce projeta que os lojistas dos shopping centers vão faturar R$ 79 bilhões (US$ 43,9 bilhões), cifra 12% maior que a obtida em 2009.

Apesar da crise em 2009, Veiga afirma que serão inaugurados neste ano um número maior de shoppings do que em 2009. Segundo a Abrasce, estão previstas 19 inaugurações. Em 2009, foram abertos 16 empreendimentos. "Para o setor, a crise passou ao largo", diz o executivo.