03/02/09 11h17

Embalado com IPI menor, mercado reage

Valor Econômico - 03/02/2009

A indústria automobilística retomou um pouco do fôlego no mês passado graças, principalmente, ao efeito da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na venda de automóveis. O total de veículos que passaram pelo licenciamento em janeiro foi de 197,47 mil unidades, o que representou um acréscimo de 1,5% na comparação com dezembro. Tradicionalmente, janeiro costuma ser mais fraco do que dezembro. Por isso, qualquer crescimento é um dado positivo, mesmo levando em conta que o resultado do último mês de 2008 foi muito ruim, com fábricas paradas por conta das férias coletivas em praticamente todas. Mas não é apenas o dado do licenciamento de automóveis que animou o setor. Números extra-oficiais indicam que o nível dos estoques baixou em torno de 10%. Há um mês havia nos pátios das concessionárias e das fábricas total de 211 mil veículos, o suficiente para 36 dias de vendas. A queda representa um alívio para as montadoras. Com estoque menor, é possível fazer a produção retomar um pouco da normalidade, sem ter de apelar para férias coletivas, banco de horas ou mesmo demissões. A média diária de vendas em todo o ano passado ficou em mais de 11 mil veículos. No primeiro mês de 2009, o volume caiu para pouco mais de 10 mil. Mas isso tem sido considerado positivo para a maior parte dos executivos, que levou um susto com o impacto da queda das vendas desde o início de novembro. Como disse um executivo do setor, a indústria precisa agora "construir degrau por degrau".  Apesar disso, o momento ainda é de crise. As vendas do mês passado representaram um declínio de 8,13% na comparação com janeiro de 2008. Na indústria de autopeças o ritmo dos pedidos indica volumes menores também em fevereiro em relação às encomendas de um ano atrás.  Aos poucos, a indústria começa a refazer as suas programações de produção a partir da retomada da demanda. Há casos como o da General Motors , que recentemente anunciou ter desistido de conceder novo período de férias coletivas na fábrica de Gravataí (RS), onde é produzido do Celta.