05/10/10 12h48

Embalagem metálica para químicos é aposta da Valença

DCI – 05/10/10

Com expectativa de fechar o ano com faturamento de R$ 150 milhões (US$ 88,2 milhões), a fabricante de embalagens metálicas Litografia Valença espera um grande embate para o futuro do mercado, apesar das perspectivas de crescimento. Tendo vindo de um acréscimo de 20% sobre o faturamento de 2009, a companhia, presidida por Maurício Brasil, prevê um aumento ainda maior das vendas no ano que vem -30% sobre este ano-, mas ainda está diante do desafio de manter a participação no mercado de embalagens para produtos químicos.

"Principalmente no mercado de químicos, as embalagens de metal têm a vantagem de ser biodegradáveis e 100% recicláveis", defende Brasil. Tanto em faturamento quanto em volume, os mercados de produtos químicos têm participação igual nas vendas da Litografia Valença. A diferença é que o mercado de alimentos tem sido campo de uma disputa ainda mais acirrada. "O apelo das embalagens plásticas para alimentos é sempre o preço", explica Brasil. Segundo ele, apesar da vantagem do preço, que tem sido o mote da entrada de embalagens plásticas em produtos para os quais tradicionalmente se usava metal, como óleos e azeites, "embalagens transparentes não protegem os produtos da luz".

Dados do primeiro semestre deste ano, divulgados em estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em conjunto com a Associação Brasileira de Embalagens (Abre), mostram que a produção total de embalagens no País este ano deve chegar a R$ 40 bilhões (US$ 23,5 bilhões). Ainda segundo o estudo, o mercado de embalagens de tintas e vernizes, clientes tradicionais das embalagens metálicas, apresentou um crescimento de 26,5% sobre primeiro semestre do ano passado. O aumento da demanda na construção civil é um dos fatores que explicam este crescimento. Por outro lado, embalagens para óleos e gorduras saem dos seis primeiros meses do ano com saldo negativo de 5,9%, ao passo que a indústria alimentícia gerou alta de consumo de embalagens de 5,3%.

O presidente da Litografia Valença, empresa que possui cinco fábricas no Brasil, afirma que a aposta para retomar o mercado de alimentos e manter-se no demais vem da tecnologia. A empresa deve colocar no mercado até o final do ano latas com tecnologia de impressão 3D e texturizadas a fim de atrair novos nichos de produtos. O reforço na produção de latas para o mercado de químicos impulsionou os recentes investimentos da empresa, que produz cerca de 15 milhões de latas mensalmente, em equipamentos de secagem ultravioleta. Sem revelar o valor de investimentos, Brasil afirma que o novo processo elimina uma etapa na linha de pintura das embalagens.