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Embraer estuda volta do turboélice

Valor Econômico - 22/10/2008

O presidente da Embraer, Frederico Curado, diz que a empresa estuda a volta da produção de aviões turboélice, que deixaram de ser fabricados em 2000, com o lançamento dos jatos. Em tempos de alto preço do petróleo e preocupação com o meio ambiente, o turboélice é uma opção mais econômica para rotas curtas. "Dependemos apenas do que os clientes vão querer", afirma. A Embraer comemora hoje 40 anos do primeiro vôo do modelo Bandeirante, a aeronave que deu origem à empresa. Na década de 80, surgiu o Brasília, seu segundo modelo turboélice. A fabricação do Brasília foi encerrada em 2000, mas a entrega da última aeronave foi no ano passado, para o governo de Angola. O Brasília leva 30 passageiros. Fora do Brasil, empresas como a canadense Bombardier produzem aeronaves turboélice para 78 passageiros. Mas já se fala em modelos para até 100 lugares. O grande apelo para retomar a produção de um avião que parecia fazer parte do passado é que esse tipo de aeronave, na qual a hélice fica exposta, consegue uma economia de até 60% em relação ao jato, segundo os próprios usuários. A diferença é que esse ganho só vale para rotas curtas, de até 500 quilômetros. Um jato é mais rápido. Consegue percorrer, em média, 800 a 900 quilômetros por hora, ante os 500 a 600 do turboélice. Por isso, para trajetos mais distantes, a possibilidade do jato voar mais vezes ao longo do mesmo dia acaba sendo mais vantajoso. É preciso fazer a conta na ponta do lápis, a partir do cálculo de rotas. Mas se depender do apoio dos clientes, como espera Curado, a volta do turboélice será bem-vinda por empresa regionais que exploram trajetos curtos.