05/05/10 10h29

Embrapa divulga agricultura de precisão

O Estado de S. Paulo

Desde dezembro de 2009, a Embrapa realiza, em 19 centros de pesquisa, espalhados pelo País, a Rede de Agricultura de Precisão. Essa rede deverá ter, em quatro anos, um levantamento detalhado do que é feito nessa área em propriedades rurais brasileiras. "Nosso objetivo, com a rede, é promover a agricultura de precisão como a tecnologia que pode trazer mais benefícios econômicos ao agricultor e gerar menos danos ao ambiente", diz o coordenador da rede, o pesquisador Ricardo Inamasu, da Embrapa Instrumentação Agropecuária, de São Carlos (SP). Segundo ele, o uso da agricultura de precisão levará o produtor ao melhor aproveitamento de sua propriedade, pois ele contará com dados que podem facilitar o uso racional de fertilizantes e de outros insumos.

Na pesquisa da rede criada pela Embrapa é usado o Mapa de Condutividade Elétrica do Solo, uma técnica usada há tempos nos Estados Unidos e em países da Europa. Os equipamentos são importados, mas Inamasu acredita que em breve poderão até ser nacionalizados, conforme a demanda. Esses equipamentos, acoplados a implementos agrícolas, permitem conhecer a variabilidade do solo, possibilitando ao produtor destinar, por exemplo, mais adubação numa determinada área que necessita desse insumo, ou diminuir a aplicação em outro talhão, evitando o desperdício. Assim, pode-se também ter ganhos de produtividade.

Os pesquisadores mostraram o estudo para as empresas fabricantes, que têm produtos de agricultura de precisão. "Precisamos trabalhar com esse conceito e em parceria", diz Inamasu. Segundo o pesquisador, dos diversos campos de centros de pesquisas, 30% são de parceiros. "Esse projeto desmistifica a agricultura de precisão para o País, pois a demanda cresce em escala exponencial e o benefício, às vezes, pode pagar os equipamentos no primeiro ano", afirma o coordenador de vendas da John Deere, Tiago Oliveira. Os equipamentos da empresa para esse segmento, fabricados nos Estados Unidos, variam entre R$ 6 mil (US$ 3,4 mil) e R$ 130 mil (US$ 74,3 mil). O gerente de marketing e tecnologia da AGCO, Gregory Riordan, empresa que tem equipamentos de agricultura de precisão custando entre R$ 13 mil (US$ 7,4 mil) e R$ 70 mil (US$ 40 mil), concorda e diz que os pequenos produtores já encontram facilidades para adquirirem produtos.

Os pesquisadores da Embrapa voltarão a apresentar mais dados e informações sobre os estudos durante o Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisão (Conbap), que será realizado em Ribeirão Preto, entre 27 e 29 de setembro.