24/06/09 08h42

Emergentes captam pela 15ª semana

Valor Econômico

A instabilidade observada em meados de junho, que colocou freio na valorização das bolsas e das commodities e deu fôlego ao dólar, também influiu na movimentação global dos fundos de ações. Mas os mercados emergentes seguiram atraindo recursos pela 15ª semana consecutiva, embora em volumes menores. Segundo a EPFR Global, todos os fundos de ações emergentes levantaram US$ 1,2 bilhão na semana encerrada dia 17. A cifra é 65% menor que a registrada na segunda semana do mês e a mais baixa em oito semanas. A quantidade de dinheiro enviada ao Brasil também foi menor. Foram US$ 133 milhões na semana, resultado que contrasta com os números da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que sugerem a saída de mais R$ 1 bilhão (US$ 500 milhões) em aplicações de investidores estrangeiros (que incluem compra direta) no período.

Ainda de acordo com dados da EPFR Global, os fundos de ações da Ásia (ex-Japão) levantaram US$ 693 milhões. No entanto, como os agentes passaram a questionar a composição do crescimento econômico na China, a Índia ganhou destaque dentro do grupo. As carteiras voltados ao país captaram US$ 156 milhões no período, enquanto os fundos de ações da China ganharam, apenas, US$ 24 milhões. Ainda entre os emergentes, os fundos de ações da Europa, Oriente Médio e África (EMEA, na sigla em inglês) ganharam outros US$ 113 milhões. Dentro desse grupo, a Rússia chama atenção ao marcar a 14ª semana seguida com saldo positivo.

De maneira geral, todos os fundos de ações acompanhados, sejam de emergentes ou de desenvolvidos, captaram US$ 508 milhões na semana encerrada dia 17, enquanto as carteiras de renda fixa (sem contar os "money market") levantaram US$ 3,1 bilhões.

Entre os países desenvolvidos, os saques voltaram a marcar a semana. Os fundos de ações dos EUA perderam US$ 1 bilhão. Na Europa, comentários sobre a exposição do setor financeiro ao Leste Europeu voltaram a pesar sobre o humor dos investidores, resultando em saques de US$ 580 milhões. No Japão, as retiradas ocorreram, apesar da melhora na confiança de consumidores e empresários.