17/02/21 11h15

Empreendedores de Rio Preto encontraram no e-commerce uma saída para lucrar

Diário da Região

Diante de um cenário repleto de incertezas causadas pela pandemia, muitos empreendedores tiveram que se reinventar para superar as adversidades e amenizar impactos. Para muitos, a única alternativa foi recorrer à internet. Isso porque o isolamento social trouxe mudanças significativas nos hábitos de consumo da população. Prova disso é que 47% dos brasileiros passaram a fazer mais compras online do que antes da pandemia de Covid-19, traz pesquisa do Instituto Ipsos, empresa especializada em pesquisas de mercado. 

De acordo com dados da Fecomércio-SP, no auge da pandemia as vendas de bens semiduráveis no Estado de São Paulo registraram crescimento de 56,8% no comparativo com o mesmo trimestre do ano anterior. Em Rio Preto, no ano passado, a participação do comércio eletrônico representou 2,6% do total de vendas no varejo. Em 2013, essa fatia era de 1,5%. 

Formada em publicidade e propaganda e com pós-graduação em marketing digital e e-commerce, a empreendedora Juliana Onisanti, 28 anos, vinha acompanhando a mudança do mercado. Durante a pandemia, ela vislumbrou a oportunidade de investir em uma plataforma online para atingir um nicho de pessoas preocupadas com sustentabilidade. Em setembro, Juliana lançou a plataforma Brechock, um modelo de brechó virtual. "O objetivo é incentivar o consumo consciente. Muitas pessoas compram por impulso e depois não usam o produto. Então, eu divulgo para que a peça possa ser usada por outra pessoa", diz. Para fidelizar os clientes, ela não cobra pelo frete em Rio Preto e cidades da região. Em alguns casos, ela mesma é quem faz as entregas. 

Passar a oferecer os produtos por meio de plataformas digitais foi a estratégia do empresário Luiz Fernando da Silva, da Quicks Sports Wear, para não parar de trabalhar no auge da pandemia. Na época ele voltou a trabalhar com a famosa 'sacola', e apostava em contato pelas redes sociais. Há cerca de um mês ele colocou o e-commerce da loja no ar, o que passou a ser mais uma ferramenta para auxiliar nas vendas. 

Com auxílio das plataformas digitais, o empresário diz ter registrado um faturamento 20% maior. "Percebemos que estávamos precisando ir em busca dos clientes, já que muitos ainda estão confusos com os horários de funcionamento", diz o dono da loja de calçado e vestuário. 

Comprar pela internet já era um hábito do vendedor Andrei Roberto Donero, 32 anos, antes mesmo da pandemia. Mas agora, adquirir bens e serviços de maneira virtual passou a ser algo mais frequente na rotina, já que entre as vantagens ele enumera preço mais em conta e a praticidade na hora de comprar. Tanto que ele compra de tudo, desde roupas e calçados até peças de carro. 

Recentemente, Andrei comprou duas bicicletas pela internet, uma para ele e outra para a mulher. O valor e o prazo de entrega foram os diferenciais. "Eu não conseguia achar bicicleta aqui, então comprei pela internet. Chegou em cinco dias. Aqui, o prazo de entrega era de 60 dias", destaca. 

Shopping 

O comércio de shopping centers também sofreu grande impacto com as restrições. Para diminuir o prejuízo, alguns shoppings de Rio Preto criaram estratégias para ajudar os lojistas. 

Um deles foi o Plaza Avenida Shopping, que firmou uma parceria com a plataforma Open365, onde cada lojista pode montar seu próprio e-commerce e vender os produtos totalmente online. O centro de compras passou a arcar com metade da mensalidade para estar na plataforma. 

A empresária Ana Claudia Esperancine Pucci, proprietária da papelaria PaperSo, foi uma das que aderiu. Ela diz que só conseguiu se manter por conta das vendas online. A loja foi inaugurada há pouco mais de um ano e aderiu à plataforma há cerca de seis meses. Hoje, as vendas online já representam 25% do faturamento mensal. "Estamos no começo, pois tem o processo de maturação. Mas já estamos registrando uma tendência de crescimento", conta. 

Outros centros de compras também investiram em ações para fomentar as vendas online. O Riopreto Shopping desenvolveu uma cartilha que foi entregue aos lojistas com dicas incluindo orientações sobre vendas não presenciais, delivery e marketing digital. O Cidade Norte e o Praça Shopping investiram em campanhas de liquidação online e incentivaram os lojistas a migrar também para o digital. No Iguatemi, uma das iniciativas foi intensificar a integração entre on e offline. 

fonte: https://www.diariodaregiao.com.br/economia/2021/02/1222884-empreendedores-de-rio-preto-encontraram-no-e-commerce-uma-saida-para-lucrar.html