17/12/09 10h44

Emprego formal sobe 5 vezes mais que média

Folha de S. Paulo

Em um movimento atípico do mercado de trabalho, as contratações com carteira assinada exibiram vigor em novembro, e o saldo de empregos formais gerados no mês atingiu 246.695 postos. O resultado é recorde para o período e corresponde a cinco vezes mais que a média de vagas criadas em novembro nos últimos cinco anos. Tradicionalmente, o último trimestre do ano é caracterizado por fraco desempenho do mercado de trabalho formal, com perda de vagas em dezembro. No ano passado, com a chegada da crise mundial ao Brasil, houve o fechamento de 40.821 postos em novembro.

Com os empregos gerados no mês passado, o saldo de contratações acumulado neste ano alcançou 1,410 milhão de postos de trabalho. Na avaliação do Ministério do Trabalho, esse número deverá cair para entre 1,150 milhão e 1,2 milhão neste mês devido às já esperadas demissões de dezembro. "Esperamos de 220 mil a 260 mil demissões neste mês. Será o melhor dezembro da história. Não que demissão seja algo bom, mas será o menor resultado negativo dos últimos anos", disse o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. A média histórica de perda de vagas em dezembro é de 300 mil postos. No ano passado, a crise provocou o fechamento de 655 mil vagas em dezembro. Os dados divulgados ontem fazem parte do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que é divulgado mensalmente pelo Ministério do Trabalho desde 1992.

No mês passado, todos os setores apresentaram saldo positivo de vagas, exceto a agricultura. O setor perdeu 16.628 empregos por conta da entressafra de várias culturas. Houve desempenho negativo nos cultivos de cana-de-açúcar e de uva em vários Estados das regiões Sudeste e Nordeste. Quatro setores foram recordistas em contratações: comércio, serviços, indústria de transformação e construção civil. As empresas do comércio foram responsáveis pela maior abertura de postos de trabalho no mês. Foram 116.571 vagas criadas, resultado 17% acima do recorde anterior, verificado em 2007. No acumulado do ano, o setor de serviços ainda lidera as contratações, com 568.259 postos de janeiro a novembro.