24/07/09 10h37

Emprego reage pela primeira vez no ano

Folha de S. Paulo

O mercado de trabalho está longe de mostrar o vigor do ano passado, mas já dá sinais de melhora: a taxa de desemprego das seis principais regiões metropolitanas do país caiu para 8,1% em junho, após ficar estagnada nos cinco primeiros meses do ano sob efeito da crise. Em maio, havia sido de 8,8%. O dado é mais um sinal de que o pior da crise econômica global já pode ter passado no Brasil, tendência apontada também em sondagens sobre a confiança de empresários e consumidores na economia.

Na média do primeiro semestre, a taxa de desemprego foi de 8,6%, pouco acima dos 8,3% do mesmo período de 2008, diz o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em junho, o desemprego recuou por dois motivos: aumentaram as contratações e mais pessoas deixaram o mercado de trabalho.

Nesse último caso, uma das hipóteses é o desalento, ou seja, o desestímulo de procurar trabalho diante do cenário de crise. De maio para junho, o total de pessoas ocupadas cresceu 0,8% (ou 164 mil pessoas), o melhor desempenho desde outubro. Já a PEA (População Economicamente Ativa), que abrange empregados e desempregados à procura de trabalho, cresceu só 0,2%.

Para Cimar Azeredo Pereira, do IBGE, o mercado de trabalho teve sua "primeira melhora significativa deste ano em junho". O gerente da pesquisa do IBGE ressalta que o desemprego caiu também por conta da menor procura por trabalho, o que pode sinalizar o aumento do desalento. Os dados apenas de emprego formal do Ministério do Trabalho já haviam apontado a tendência de recuperação, com a geração de 119,5 mil postos em junho.