16/10/08 13h59

Empresa de logística Log-In vai às compras

Gazeta Mercantil - 16/10/2008

Com R$ 200 milhões (US$ 90,9 milhões) em caixa, a Log-In, quarta maior empresa de logística do País, já se prepara para as oportunidades de aquisição em portos que a crise financeira deve criar. O presidente da empresa, Mauro Oliveira Dias, lembra que a crise fez o preço dos ativos cair significativamente. Por isso, "quem tem caixa pode aproveitar para aumentar sua participação no setor". Dias não esconde que a Log-In já olha alguns ativos, especialmente terminais intermodais e áreas retroportuárias. "Vai se abrir uma boa oportunidade com a crise. Esse é um setor muito pulverizado, com muitas empresas familiares", disse, em entrevista à Agência Estado. Antes do caos no sistema financeiro, as empresas de logística enxergavam na Bolsa de Valores a melhor opção para captar recursos e levar adiante seus planos de expansão. A própria Log-in - que foi criada pela Vale e hoje tem a mineradora como sua principal acionista isolada, com 31,3% de participação - abriu capital em junho do ano passado. Na ocasião, cerca de 70% das ações ofertadas foram compradas por investidores estrangeiros. Agora, na crise, a participação estrangeira caiu para 60%. Também com a crise, o mercado de capitais fechou as portas. O empréstimo bancário secou e Dias acredita que será mais complicado para as pequenas empresas manter seus investimentos. Hoje, o setor tem sete companhias logísticas listadas na Bovespa e centenas operando com capital fechado. "Será preciso ter uma visão mais realista nesse momento. O IPO (oferta inicial de ações) foi antes, agora é a vez das aquisições ou fusões", disse. Segundo ele, a crise já levou alguns de seus clientes - a carteira tem cerca de mil empresas - a revisar projetos de crescimento. Mas a companhia diz que não pretende alterar os planos de investir R$ 1,5 bilhão (US$ 681,8 milhões) até 2013. Segundo Dias, a geração de caixa e os recursos já captados com o BNDES e o Fundo de Marinha Mercante (FMM) são suficientes para bancar o orçamento já anunciado.