Empresário está menos pessimista neste início de trimestre, mostra pesquisa
Valor Econômico - 24/04/2009
As condições atuais do negócio e da economia brasileira foram as grandes responsáveis para que os empresários industriais mantivessem o pessimismo no início do segundo trimestre deste ano. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) de abril, divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), atingiu 49,4 pontos, 2 pontos acima da última sondagem, em janeiro, mas 12,6 pontos menor que em abril do ano passado e abaixo do limite de 50 pontos, o que demonstra falta de confiança dos empresários. Um dos dois componentes do Icei, o Índice de Condições Atuais ficou em 33,2 pontos em abril, o menor patamar em dez anos. Em janeiro ele estava em 36 pontos, enquanto na comparação com abril do ano passado houve recuo de 22,3 pontos. "Em particular, a deterioração na situação atual é percebida com maior intensidade no que diz respeito à economia brasileira (índice de 27,0 pontos), embora também seja significativa nas condições atuais das empresas (índice de 36,1 pontos)", diz a nota divulgada pela CNI.
O índice de expectativas registrou crescimento de 4,5 pontos na comparação com janeiro, atingindo 57,6 pontos, 7,6 pontos abaixo de abril do ano passado. A expectativa para a economia brasileira ficou em 52,3 pontos, enquanto o otimismo em relação ao futuro da empresa passou para 60 pontos. A confiança continuou maior entre as grandes empresas. O Icei para as maiores indústrias ficou em 51,8 pontos, enquanto nas pequenas e médias o índice continuou apontando para pessimismo. Entre os 27 setores da indústria de transformação pesquisados pela CNI, 19 apresentaram índices abaixo de 50 pontos. Entre os setores com a menor confiança estão álcool, com 33 pontos, e madeira, com 42,2 pontos. O maior aumento da confiança ficou com veículos automotores, que subiu 5,6 pontos entre janeiro e abril, enquanto papel e celulose avançou 5,2 pontos e máquinas e materiais elétricos cresceu 5 pontos. Apesar do crescimento, todos estes setores continuaram com índices inferiores a 50 pontos. A pesquisa foi realizada com 1.259 empresas, sendo 187 empresas de grande porte, 366 de médio porte e 706 de pequeno porte, entre os dias 1º e 23 deste mês.