Empresários esperam PIB acima de 2,3% este ano

Brasil Econômico

Projeção é mais otimista do que a do mercado, que prevê crescimento econômico abaixo de 2%

Grandes empresas de capital aberto, que representam metade do R$ 1,3 trilhão correspondente ao valor de mercado das companhias listadas na Bolsa de Valores, acreditam que a economia brasileira vai crescer acima de 2,3% este ano — acima do previsto pelo mercado, que espera crescimento de 1,9%.

Estas mesmas empresas pretendem aumentar investimentos próprios, considerando uma visão de longo prazo para os negócios e a necessidade de investir para ter mais competitividade. Os números fazem parte da pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), referente ao primeiro semestre de 2012 , divulgada ontem. O questionário com várias perguntas que têm como base o que estas empresas esperam para o semestre que se inicia, foi feito com base em dados da Pesquisa Focus do Banco Central.

Foram ouvidas 53 empresas listadas em Bolsa e, delas, 62,7% acham que o PIB vai crescer, enquanto 46,3% informaram que vão aumentar investimentos próprios. Para o presidente da Abrasca, Antonio Castro, são sinais importantes, principalmente porque oriundos de um seleto grupo de companhias abertas de diferentes setores. “O que se nota do ponto de vista de PIB é um cenário mais positivo e de otimismo dentro de um cenário diferente do apresentado no ano passado, por exemplo. Já em investimentos próprios por parte das empresas, essa é uma ótima notícia porque no começo do ano predominava uma tendência de estabilidade no investimento, que agora se reverte em otimismo.

O primeiro semestre foi de uma preocupação grande”, comentou Castro. Quando questionados sobre o comportamento da taxa básica de juros, a Selic, os empresários consideraram que ela se manterá estável e até o final do ano chegará a 7,5% ao ano, caindo mais meio ponto percentual. “Esta movimentação mostra a percepção de estabilidade que as empresas têm. E a expectativa de mercado é que os juros caiam mesmo mais meio ponto.”

Com relação ao Índice Bovespa (Ibovespa), 70% acreditam em estabilidade, mantendo os níveis de 54 mil a 60 mil pontos.  A notícia que não foi vista como boa está relacionada ao índice de inflação. Pela pesquisa, 68,6% acreditam em avanço da inflação acima de 5% e nenhuma empresa espera queda. “Isso se reflete também quando olhamos o item que aborda o nível de custos das empresas. Nele, 66,7% dos entrevistados acreditam na alta dos custos. Já o item que fala sobre preços, aponta que 38,1% falam em aumento.

O que sinaliza que estas empresas não vão conseguir repassar o peso dos custos e da inflação para os preços”, avaliou Castro.