22/03/10 10h40

Empresas de tecnologia do País almejam mercado externo

DCI

O bom momento que vive o mercado nacional de tecnologia da informação (TI) inspira empresas a sonhar com o mercado internacional e ampliar a participação na cifra de cerca de US$ 80 bilhões movimentados pelo setor, do qual o Brasil tem uma pequena fatia de US$ 3 bilhões, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação Comunicação (Brasscom). Tais oportunidades atraíram Marcelo Astrachan, presidente da integradora de TI Cyberlynxx e ex-sócio da multinacional Accenture - empresa que fatura globalmente US$ 21,58 bilhões atualmente -, onde ficou por 18 anos.

De olho no potencial exportador do mercado brasileiro, Astrachan compara o mercado de TI ao sucesso de mercados como agronegócios ou siderurgia, nos quais o País tem expressiva participação, e já pensa em aquisições para chegar a um faturamento de R$ 100 milhões (US$ 55,6 milhões) em dois anos. Como parte fundamental nos processos de companhias de diversos setores, a integradora de TI fornece equipamentos e softwares e auxiliam na integração propriamente com sistemas já existentes.

Astrachan ainda vê como pouco expressiva a participação do Brasil no mercado internacional. "O resultado do Brasil em exportações ainda é um fracasso", afirma. "Eu não discuto os números oficiais, mas na minha opinião eles estão inflados", afirma o executivo, que completa: "mas dizem que o Brasil exporta US$ 1 bilhão. Significa que o Brasil não teria mais de 1,2% desse mercado todo. As empresas brasileiras estão posicionadas de forma a conquistar este mercado", completa.

Com cinco empresas prospectadas no mercado brasileiro já em "estágio bastante avançado", Astrachan diz que a empresa está disposta a adquirir já este ano duas companhias "com porte compatível ao de uma empresa com R$ 20 milhões (US$ 11 milhões) de faturamento" e acelerar as metas de crescimento para este ano, que devem superar o resultado de 2009 só no primeiro semestre. "Já temos, certos, 70% deste valor", afirma o executivo, que confia num resultado 3% superior ao do ano passado apenas no período de janeiro a março deste ano. A carteira da companhia conta com clientes de peso como Petrobrás, Hospital Albert Einstein, Sul América, Porto Seguro, Liberty Seguros e Azul Linhas Aéreas.

Para que as empresas brasileiras conquistarem o mercado internacional "está faltando uma estratégia", aponta o Chief Executive Officer (CEO, principal executivo) da Cyberlynxx. "E esta estratégia passa por valor, e não fazer apenas alocação de profissionais como algumas empresas brasileiras têm feito (o que se chama de bodyshop)", completa. "Você está falando de uma área de alto valor agregado em que você exporta inteligência." Os investimentos da empresa ainda são próprios, mas a perspectiva é toda voltada para uma futura abertura de capital - mesmo sem prazo definido. Atualmente, segundo Astrachan, 40% dos executivos da companhia são não sócios, o que caracteriza uma profissionalização maior da gestão.