11/03/09 10h50

Essencis investirá 37 milhões de euros para triturar geladeiras velhas

Valor Econômico - 11/03/2009

Uma montanha formada por geladeiras obsoletas e com alto consumo de energia passou a ser um negócio para a Essencis Soluções Ambientais. Agora, a empresa, uma associação entre a Camargo Corrêa e a Solvi, formada por quatro ex-executivos da Suez, se diz preparada para receber centenas de milhares de refrigeradores velhos caso o plano do governo federal de substituição por novos aparelhos deslanche. A Essencis investiu 12 milhões de euros na compra de equipamentos móveis e planeja aplicar outros 25 milhões de euros em outras quatro unidades, em um processo de manufatura reversa de refrigeradores - um método no qual o aparelho antigo é desmontado e triturado, e seus materiais, como ferro e plásticos, são destinados à reciclagem. O processo também garante, segundo a empresa, um fim seguro ao gás CFC (clorofluorcarbono), encontrado em espumas de poliuretano e sistemas de refrigeração de antigas geladeiras. O programa de troca de geladeiras antigas por novas está sendo planejado pelo governo federal, que tem a meta de substituir 10 milhões de refrigeradores em 10 anos, principalmente da população de baixa renda, de forma a poupar energia. Para atender parte do programa, que definirá as regras para o recolhimento das antigas geladeiras e a destinação ambiental adequada, a empresa começou a investir no processo de manufatura reversa em parceria com a empresa alemã SEG, com quem divide uma sociedade no Brasil para atuação neste negócio. A Essencis Manufatura Reversa, divisão da empresa, prevê faturar R$ 10 milhões (US$ 4.3 milhões) neste ano, prevendo quintuplicar a receita em 2011.  A empresa possui unidades de estocagem de geladeiras velhas em Santa Catarina e no Paraná que atendem fabricantes de eletrodomésticos, que já optaram voluntariamente por fazer a destinação de equipamentos antigos, além de prever novas áreas nas unidades que já possui em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Os planos são abrir novos centros no Rio Grande do Sul e Pernambuco ainda neste ano. "Com isso, poderemos atender 70% dos centros de consumo", diz Castillo.