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Estabilidade atrai investidor externo para plantio de florestas

O Estado de S. Paulo - 25/05/2009

O investimento estrangeiro em florestas sempre foi tímido no Brasil. Nos anos 1990, uma ou outra iniciativa de capital de risco chegou a apostar no manejo florestal sustentável na Amazônia. Mas, nos últimos anos, o País começou a atrair aportes de grandes fundos florestais interessados em investimentos de longo prazo. Esses investidores querem distância da Amazônia e do risco que a região oferece. Passaram a investir em florestas plantadas principalmente depois da conquista da maior estabilidade econômica do Brasil nos últimos anos, apesar de já conhecerem o grande potencial do País em termos de produtividade.

A nova tendência começou a se desenhar a partir de 2001, quando a Global Forest Partners (GFP) iniciou o investimento no Brasil com a compra de 60 mil hectares de pinus no Paraná. "Esse é até hoje um dos maiores maciços florestais sob propriedade de um fundo no Brasil", diz o economista da consultoria florestal Consufor, Ederson Almeida. Em 2002, foi a vez da Hancock Timber Resource Group, outra gigante norte-americana, vir para o País. De 2005 a 2008, outros oito fundos internacionais fizeram o mesmo caminho. De acordo com levantamento da Consufor, eles investiram R$ 2 bilhões no Brasil até o ano passado. O número ainda é tímido, se comparado ao que elas têm investido em outros países.

O interesse internacional despertou a atenção de fundos brasileiros. A Claritas Investimentos lançou em janeiro o fundo Floresta Brasil, de R$ 101 milhões, de olho num cenário de juros em queda. No Brasil, o setor tem sido puxado por causa da queda da rentabilidade das florestas nos países em que os fundos já estão presentes. Segundo Forgach, o Brasil apresenta um retorno maior e possui terras disponíveis para a expansão. "O Brasil está sendo promovido a vácuo, por falta de opções no mundo", diz.