03/12/09 12h16

Estímulos fiscais puxam produção de bens duráveis

O Estado de S. Paulo

Os incentivos governamentais levaram a produção dos bens de consumo duráveis (automóveis e eletrodomésticos) a ter em outubro a primeira alta em relação ao mesmo mês do ano passado (2,8%), após 12 meses de queda. Nos eletrodomésticos, o aumento foi de 4,5%. Os produtos de linha branca (geladeira, fogão, máquina de lavar) tiveram expansão de 27,1%. A produção de automóveis, que tem maior peso entre os duráveis, cresceu 9,7%.

"A alta dos bens duráveis ratifica toda a política anticíclica que tivemos até agora", afirmou a gerente de Análises da Coordenação de Indústria do IBGE, Isabella Nunes. Segundo Isabella, é evidente a importância do consumo doméstico na recuperação da indústria ao longo de 2009. Prova disso é que os seis segmentos que mostraram maior aumento na produção em outubro, na comparação com dezembro do ano passado - considerado o fundo do poço do setor após o início dos efeitos da crise -, são voltados para o mercado interno.

Para o economista Rogério Souza, do Iedi, esse desempenho reflete não apenas os incentivos governamentais, mas também a recuperação do crédito e da confiança dos consumidores. A produção de duráveis cresceu 5,9% ante setembro. As maiores altas na produção em outubro de 2009 ante dezembro de 2008 são de grupos diretamente ligados ao consumo doméstico, como veículos (alta de 107%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (90,8%) e mobiliário (38,4%).