04/11/10 14h13

Expansão econômica acelera concentração no setor de serviços

Valor Econômico

Concentrar serviços de apoio como limpeza, recepção, jardinagem e manutenção em um único fornecedor é tendência que se acentua entre empresas de grande e médio porte. Acompanhando essa demanda, companhias como ISS e Personal Services, que se posicionaram como prestadoras de "multisserviços" há pouco mais de dois anos, conseguiram dobrar o faturamento e agora, a partir da retomada da economia brasileira, se preparam para um novo salto de crescimento.

"Para crescer o que esperam, as empresas têm de investir cada vez mais em seu 'core business'", diz Jorge Lima, presidente da multinacional dinamarquesa ISS no Brasil. Com isso, abre-se mais espaço para a terceirização do que não é atividade fim. Ao mesmo tempo, busca-se um serviço cada vez mais profissionalizado, capaz de gerenciar e entregar soluções prontas - um ambiente limpo, climatizado e iluminado, por exemplo - em vez de simplesmente um fornecedor de mão de obra.

"Estamos vivendo um boom", afirma Francisco Abrantes, presidente da Associação Brasileira de Facilities (como é chamado o conjunto de serviços de suporte corporativo). A taxa do crescimento do setor, que tradicionalmente tem sido superior à do PIB (Produto Interno Bruto), deve chegar a 10% este ano. No ano passado, o faturamento total foi de R$ 14 bilhões (US$ 7,1 bilhões), incluindo serviços de limpeza, portaria, recepção, manutenção, segurança e operação de estacionamentos. Apenas na área de limpeza há 11 mil empresas operando no país.

O mercado pulverizado pode abrir espaço para aquisições, à medida que a tendência de oferta de multisserviços se fortalece. As compras são parte importante da estratégia da ISS para atingir receita bruta de R$ 1 bilhão (US$ 588,2 milhões) em 2012. Agora, a próxima fase de aquisições deve incluir empresas de segurança, além de rivais das áreas em que a multinacional já atua, para ampliar seu alcance geográfico. "A empresa definiu que os Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) serão seu foco de crescimento nos próximos 10 anos", diz Lima.