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Expansão global já beneficia Embrapa

Valor Econômico - 21/05/2008

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) deve inaugurar, ainda neste primeiro semestre, sua sétima unidade "virtual" no exterior, dentro de um modelo de cooperação criado para combinar a captação de conhecimento e a prospecção de tendências em países ricos com a transferência de tecnologias de produção e conservação a nações em desenvolvimento. A nova unidade, a Embrapa América Latina, terá sede na Cidade do Panamá, capital panamenha. E até meados de 2009 a estatal brasileira fechará um acordo para ter uma representação no sul da Ásia. Há negociações com China, Japão, Índia e Coréia. O projeto da Embrapa Internacional, iniciado em 1998 com um laboratório "virtual" nos Estados Unidos, já começa a transformar os investimentos de US$ 400 mil anuais por pesquisador mantido no exterior em aumento na arrecadação de royalties, reforço da pesquisa em áreas estratégicas e atração de recursos externos para financiamento de estudos no Brasil. Isso sem contar o monitoramento mais fino dos trabalhos nos principais centros de excelência do mundo onde está presente. Os laboratórios "virtuais" da Embrapa - assim batizados por estarem instalados nas dependências dos centros de excelência - estão em Beltsville (EUA), Montpellier e Avignon (França) e Wageningen (Holanda). Já foi anunciada uma unidade no Reino Unido, provavelmente em Norwich. Na outra ponta, o projeto da Embrapa tenta auxiliar as nações em desenvolvimento do eixo Sul com a transferência de tecnologias de produção - de alimentos básicos à cana, passando pela fabricação de etanol e pelo treinamento e capacitação de pessoal. Os focos da Embrapa no exterior, que recebe a visita de duas missões estrangeiras por semana, são estudos em biotecnologia, meio ambiente, mudanças climáticas, segurança alimentar, recursos genéticos, nanotecnologia e manejo florestal.