26/04/09 10h35

Exploração de petróleo em SP vai mudar a cara do litoral norte

O Estado de S. Paulo - 26/04/2009

A exploração de petróleo na Bacia de Santos vai mudar a cara do litoral norte de São Paulo. Com a inauguração, nesta sexta-feira, do teste de longa duração do Campo de Tupi, a Petrobrás dá o passo inicial para o desenvolvimento do que pode vir a ser a maior bacia produtora de petróleo do País, desbancando a Bacia de Campos. A reboque, o governo do Estado já vislumbra uma série de investimentos para internalizar parte dos benefícios criados pela indústria petrolífera.

A perspectiva é que pelo menos um estaleiro e duas bases de apoio para a exploração de petróleo em alto-mar sejam construídos em algum ponto entre o estuário de Santos e Ubatuba. Quatro estradas serão ampliadas para melhorar a infraestrutura rodoviária, já saturada pela demanda turística. Em Caraguatatuba, a Petrobrás conclui as obras da unidade de tratamento de gás que vai receber a produção de Mexilhão, primeiro campo de porte a entrar em produção definitiva na bacia, já em 2010.

Todos os projetos constam de relatório que será concluído em julho pela Comissão Especial de Petróleo e Gás do governo do Estado de São Paulo (Cespeg). O trabalho tem como objetivo preparar o litoral do Estado para receber petroleiras e prestadoras de serviços para a atividade de exploração e produção na Bacia de Santos, que deve chegar a 2020 com uma produção superior a 2 milhões de barris por dia - volume maior do que o produzido hoje no País. A atividade exploratória em Santos atrai também diversas empresas privadas, como as novatas Vale e OGX, além de multinacionais de grande porte.

O comitê é subdividido em nove grupos, que avaliam medidas para que o Estado se beneficie da atividade petrolífera. Os primeiros resultados devem sair em setembro, com o lançamento dos editais para a concessão de quatro estradas que ligam as regiões mais industrializadas ao litoral norte: a Rio-Santos, a Mogi-Bertioga, a Tamoios e a Oswaldo Cruz. O pacote do governo estadual inclui benefícios fiscais para a indústria do petróleo e a utilização do recém-criado banco de fomento Nossa Caixa Desenvolvimento para financiar a instalação de fábricas. "O fundo será realimentado com parte do dinheiro dos royalties que o Estado vai receber", diz Santos.