20/07/09 09h42

Exportação de açúcar cresce 53% e bate recorde

O Estado de S. Paulo

Enquanto a maior parte das commodities exportadas pelo Brasil perdeu valor no primeiro semestre de 2009, as exportações de açúcar bateram recorde e responderam por 22% do superávit da balança comercial no período, que totalizou US$ 13,9 bilhões. A forte demanda internacional e o câmbio favorável fizeram com que as exportações saltassem de US$ 2,07 bilhões, nos primeiros seis meses de 2008, para US$ 3,18 bilhões, de janeiro a junho deste ano, um crescimento de 53% em valor, o maior entre as principais matérias-primas da pauta de exportações do País.

Juntos, açúcar e etanol responderam por 27% do superávit da balança comercial brasileira. No entanto, em volume, as vendas de etanol ao exterior recuaram 25% em relação ao primeiro semestre de 2008. Até junho deste ano, o País exportou 1,45 bilhão de litros de etanol, contra 1,97 bilhão de litros em igual período do ano passado. "O momento é excepcional para o açúcar e compensa a queda nas exportações de etanol", afirma Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

Como a indústria brasileira produz açúcar e etanol da mesma matéria-prima - a cana - as usinas conseguem adaptar a produção ao sabor do mercado, alterando a prioridade de um para outro produto. Nesta safra devem direcionar, em média, 42% da produção para o açúcar. Entre os principais grupos do setor de açúcar e álcool, essa decisão foi tomada logo no início da atual safra 2009/2010. É o caso da Cosan, que decidiu direcionar 55% da produção para o açúcar. Outro grande grupo de açúcar e álcool, a Usina São Martinho, que tem duas unidades produtivas em São Paulo e uma em Goiás, também deu prioridade ao açúcar nesta safra: o açúcar vai crescer 20% e deve representar em torno de 40% da produção. "O cenário para os próximos três anos é de que o preço do açúcar se mantenha em patamares bastante atrativos", diz Narciso Bertholdi, gerente comercial do Grupo Usina São João, de Araras (SP), que também possui duas unidades em Goiás. Na atual safra, o grupo vai direcionar 60% da produção para o açúcar.