23/07/20 14h45

Exportação de frutas cítricas sobe 158%

Jornal Cruzeiro do Sul

A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus impulsionou a venda de frutas cítricas brasileiras para outros países. Enquanto o volume de exportação de frutas em geral caiu 5% no primeiro semestre do ano, em relação ao mesmo período de 2019, a comercialização de produtos como tangerina, laranja, limão e lima avançou 12%. Em seis meses, essas frutas foram responsáveis por US$ 57,1 milhões em exportações, o que representa uma alta de 8% no valor exportado.

Os dados fazem parte de estudo feito pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), com base em informações do governo federal Os números revelam que, durante a pandemia, as frutas cítricas destoaram da tendência mais geral de retração nas vendas para outros países.

Por trás do movimento está principalmente o interesse dos países europeus, em especial Holanda, Reino Unido, Espanha e Alemanha, que compraram frutas cítricas em busca de fontes de vitamina C — que ajudaria a fortalecer o sistema imunológico durante a pandemia. Com volumes menores de compras, também se destacaram Emirados Árabes e Canadá.

Se por um lado o volume exportado de melão — uma das principais frutas vendidas pelo Brasil a outros países — recuou 13% no primeiro semestre, a comercialização de tangerina subiu 158%, a de laranja avançou 132% e a de limão e lima teve alta de 12%. O destaque ficou por conta de limões e limas, que somaram 71,7 mil toneladas exportadas de janeiro a junho.

No período, o Brasil vendeu 399.804 toneladas de frutas em geral in natura (fresca, sem processamento), o que gerou US$ 312,4 milhões em divisas para o País. Deste total, 73.039 toneladas foram de frutas cítricas (18% de todas as frutas), em um montante de US$ 57,1 milhões.

“No início da pandemia, surgiu uma demanda muito grande por vitamina C”, explica o assessor técnico da Comissão de Fruticultura da CNA, Erivelton Cunha. “A vitamina é vista como uma forma de ajudar na imunidade.”

Outras frutas tradicionalmente exportadas tiveram desempenho pior. Conforme Cunha, itens como mamão, uva e manga foram prejudicados porque são enviados em voos comerciais, que tiveram redução drástica.