10/08/20 11h12

Exportações ajudam e vendas de máquinas crescem 15% em julho

Argentina demanda 58% a mais de equipamentos brasileiros no mês

Automotive Business

O setor de máquinas agrícolas comemora em dobro os resultados do mercado registrados em julho, quando as vendas cresceram 15,6% com relação a junho, com pouco mais de 4,5 mil unidades. Dados divulgados na sexta-feira, 7, pela Anfavea, indicam que além da boa demanda para o mercado interno, o desempenho positivo se deve a uma melhora importante das exportações para a Argentina, que aumentaram 58% no mês passado, impulsionada pelos pedidos da China. Com o resultado de julho, o acumulado de sete meses registra 24,1 mil máquinas vendidas, aumento de 1,3% sobre o desempenho de iguais meses do ano passado.

Segundo o vice-presidente da entidade para máquinas, Alfredo Miguel, este foi o melhor mês de vendas desde setembro de 2019 e o melhor julho desde 2018. O setor tem sido fortemente impulsionado pelo agronegócio, graças à demanda global de alimentos. Com isso, o cenário também ficou favorável para os produtores: o desembolso das linhas de crédito, como as do Plano Safra, aumentou 50% com relação ao da safra anterior, para R$ 24 bilhões.

O executivo reforça que está previsto um novo recorde da safra de grãos, para a qual são esperadas 251 milhões de toneladas, 3,9% a mais do que a safra anterior. Além disso, Alfredo Miguel cita outros fatores que vêm beneficiando o setor de máquinas, como o preço das commodities.

“Os preços internos do milho voltaram a crescer e o da soja também continua aumentando, com isso, o valor bruto de produção deve crescer 8%. Adiciona-se a isso as importações da China que estão crescentes e o fato de que a desvalorização do real também aumenta a rentabilidade do produtor, que vende em dólar”, explica o vice-presidente da Anfavea.

Os números confirmam os impactos positivos sobre o mercado em julho: as exportações do setor subiram 39,4% na comparação com junho, para pouco mais de 856 unidades. Com isso, a produção brasileira de máquinas acelerou 54% no comparativo mensal.

Contudo, no acumulado do ano tanto exportações como a produção seguem em baixa. De janeiro a julho, o Brasil embarcou apenas 5 mil equipamentos, afetado principalmente pela baixa dos envios aos Estados Unidos em julho, resultado que ficou 32,8% abaixo das 7,5 mil máquinas exportadas em mesmo período do ano passado. Na mesma base de comparação, a produção recuou 21,5%, para 24,2 mil unidades.